PE assume protagonismo na política de ingerência, confrontação e guerra da UE
A aprovação de mais uma resolução sobre a guerra na Ucrânia, configurando um grave exercício de apologia do militarismo e da guerra, confirma que desde o início o Parlamento Europeu insiste no agravamento e prolongamento do conflito, obstaculizando iniciativas diplomáticas que lhe ponham termo. «Devíamos estar a discutir neste Parlamento uma solução de paz e segurança colectiva para a Ucrânia e para toda a Europa», referiu João Oliveira na sua intervenção: «Em vez disso estamos mais uma vez a discutir as mil e uma formas de continuar a escalada da guerra, de gastar o dinheiro e as vidas dos povos a alimentar o negócio bilionário do armamento e da morte.»
Munida de uma retórica belicista de escalar a guerra para outro patamar, com as graves consequências e perigos que tal comporta, contou com o voto favorável dos deputados de PS, PSD, CDS e IL.
Na mesma senda, insiste na ingerência sobre processos democráticos e soberanos, com nova resolução sobre a Venezuela, aprovada com votos de PSD, CDS, IL e cinco dos oito deputados do PS (três votaram contra). Recuperando posicionamentos do passado – de apoio às forças golpistas e, como em 2019, quando reconheceu Juan Guaidó –, foi aprovada resolução que reconhece Edmundo González Urrutia «como o presidente legítimo, eleito democraticamente». Em plenário, João Oliveira denunciou «a história da acção golpista, da ingerência externa, da sabotagem económica e bloqueios comerciais que atingem as condições de vida dos venezuelanos».
Não faltou ainda, sob a capa de pretensa e hipócrita defesa dos direitos humanos, a aprovação da enésima resolução sobre Cuba. Sem qualquer referência aos impactos do criminoso bloqueio nos direitos humanos, a resolução mais não visa que «impedir a normalização das relações de Cuba com o resto do mundo, é manter o bloqueio e a ilegítima inscrição de Cuba na lista de Estados patrocinadores do terrorismo, é sabotar o Acordo de Diálogo e Cooperação UE-Cuba», acusou João Oliveira. Foi aprovada com os votos favoráveis de PSD, CDS, CH e IL, e a abstenção de cinco deputados do PS.