MUSP denuncia aliança entre o Governo e privados na saúde
O Movimento de Utentes dos Serviços Públicos (MUSP) alertou para a «intenção» do Governo «reduzir» o acesso a especialidades no Serviço Nacional de Saúde (SNS), designadamente, «fechando portas do público e abrindo-as no privado».
«Política que favorece o negócio da saúde»
Ilustrou a situação dando conta que, entre Junho e os primeiros dias de Agosto, os hospitais públicos da Área Metropolitana de Lisboa encaminharam 42 grávidas para os hospitais privados com que o SNS tem protocolo – CUF Descobertas, Luz Saúde Lisboa e Lusíadas Lisboa.
Em Leiria, outro exemplo avançado pelo MUSP, a ministra da Saúde decidiu fechar os Serviços de Urgência de Ginecologia-Obstetrícia por falta de médicos, e a Direcção Executiva do SNS reencaminha os casos mais complexos para o Porto. As grávidas com partos não programados são empurradas para os serviços de urgência de Coimbra. «Esta é uma má notícia para todos, à excepção dos privados. Aliás, não será por mero acaso que o Grupo Global Helth Company abriu em Dezembro de 2022 uma nova unidade de ambulatório em Leiria», assinalam os utentes.
Crónico desinvestimento no SNS
Para o Partido Ecologista «Os Verdes» (PEV) esta grave crise no SNS deve-se a um «crónico desinvestimento que não é de hoje», sendo «fruto de uma política que favorece o negócio da saúde», mas também ao «enorme falhanço do anterior governo em robustecer o SNS». Desta forma, ambos os governos preparam o «caminho» para que o SNS«seja substituído pelo privado».