Níger reafirma ruptura com domínio neocolonial
O presidente nigerino, general Abdurahamane Tiani, garantiu que «a marcha do Níger em direcção à soberania plena e completa é irreversível».
Numa mensagem à população, transmitida através da televisão pública, no dia 26 de Julho, primeiro aniversário da chegada dos militares ao poder naquele país oeste africano, Tiani assegurou também que «nenhum Estado ou organização regional pode ditar ao Níger a sua conduta, nem a sua agenda de relações externas». Tratou-se de uma clara referência à França e à Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que continuam a tentar interferir nos assuntos internos nigerinos.
Tiani declarou no seu discurso que «aqueles que alimentam uma fantasia sobre o regresso iminente dos regimes que estavam ao seu serviço vão ficar decepcionados». Reiterou que o caminho agora trilhado pelo Níger «é decididamente na trajectória da ruptura com a ordem neocolonialista». E disse que o seu governo trabalha para estabelecer parcerias, implicando vantagens recíprocas, com os seus parceiros internacionais, «sem exclusividade».
Tal como o Mali e o Burkina Faso, o Níger expulsou as tropas francesas e norte-americanas, ali estacionadas a pretexto de combater o terrorismo na zona do Sahel. Os três países assinaram um tratado de defesa colectiva e assistência mútua, retiraram-se da CEDEAO e criaram a Aliança dos Estados do Sahel tendo em vista o reforço da cooperação económica e do desenvolvimento.