Israel massacra a Palestina e ameaça levar a guerra ao Líbano
Ao mesmo tempo que prossegue e intensifica a guerra genocida contra a população palestiniana na Faixa de Gaza, Israel ameaça agora estender a guerra ao Líbano.
As autoridades palestinianas acusam EUA de autorizar Israel a prosseguir guerra genocida contra a população palestiniana na Faixa de Gaza
Os bombardeamentos, os ataques e as incursões militares de Israel contra a Palestina poderão estender-se ao Líbano, com o governo de extrema-direita israelita a aumentar o tom das suas ameaças ao Hezbollah.
A tensão cresceu no sábado, 27, após o impacto de um míssil ter causado a morte de crianças e adolescentes e ferimentos graves em outras pessoas, na aldeia de Majdal Shams, de população drusa, nos Montes Golã sírios, ilegalmente ocupados por Israel.
Desmentindo as alegações israelitas, o Hezbollah negou a responsabilidade do ocorrido e informou que lançou um míssil contra uma base militar israelita próxima de Madjal Shams e que a explosão na aldeia foi causada pelo sistema antimísseis israelita que tentou interceptar o projéctil.
Apesar de várias iniciativas que reclamam o esclarecimento do sucedido, em Israel surgiram de imediato declarações dos sectores sionistas fazendo a apologia da escalada de guerra contra o Líbano ou ameaças de ataques «fortes mas limitados».
EUA apoiam crimes de Israel
As autoridades palestinianas acusam os EUA de dar luz verde a Israel para continuar a agressão contra os territórios palestinianos ocupados, em especial a Faixa de Gaza, sob brutal ataque há quase 10 meses.
Durante a sua visita a Washington, o primeiro-ministro israelita, Benjamim Netanyahu, recebeu autorização da administração norte-americana para continuar o massacre, afirmam as autoridades palestinianas, dando como exemplo o bombardeamento, no sábado, 27, contra uma escola na cidade de Deir al-Balah, localizada no centro de Gaza, que causou dezenas de mortos e feridos. «Estes massacres brutais são responsabilidade da administração e do Congresso norte-americanos, que aplaudiram e deram apoio político, financeiro e armamentista a Netanyahu para continuar os ataques contra crianças, mulheres e anciãos», denunciaram. Os EUA devem obrigar Israel a parar o massacre da população palestiniana e a cumprir as resoluções aprovadas no âmbito da ONU sobre o conflito, reiteraram.
Estima-se que a guerra genocida israelita contra o povo palestiniano tenha já provocado quase 40 mil mortos e mais de 90 mil feridos, desde Outubro de 2023.
Protestos em Washington contra visita de Netanyahu
Entoando a palavra de ordem «Deixem viver Gaza!», grupos de activistas norte-americanos levaram a cabo manifestações junto ao Congresso dos EUA, protestando contra a presença de Netanyahu, no dia 24. A polícia deteve vários manifestantes, que vestiam camisolas com a palavra de ordem «Não em nosso nome».
O primeiro-ministro israelita visitou Washington, onde discursou no Congresso perante os membros da Câmara dos Representantes e do Senado, e reuniu-se com o presidente Joseph Biden e com a vice-presidente Kamala Harris, e, ainda, com o candidato republicano Donald Trump.
No seu discurso no Congresso, Netanyahu fez a apologia do sionismo, recordando igualmente que Biden se intitula «um orgulhoso sionista irlandês-americano»; iludiu o genocídio do povo palestiniano às mãos do exército israelita; apelou à guerra contra o Irão; e pediu mais armas aos EUA, afirmando «dêem-nos as ferramentas mais rapidamente e terminaremos o trabalho mais rapidamente»; enquanto era efusivamente ovacionado por republicanos e democratas presentes. Alguns legisladores norte-americanos recusaram juntar-se ao coro dirigido por Netanyahu.
EUA vetam Palestina como membro da ONU
Numa votação com 12 votos a favor, um contra – o dos EUA – e duas abstenções – Reino Unido e Suíça –, o Conselho de Segurança da ONU não adoptou, com o veto dos EUA, o projecto de resolução que, tendo em conta o pedido do Estado da Palestina para admissão nas Nações Unidas, recomendava à Assembleia Geral da ONU que o Estado da Palestina fosse admitido como membro de pleno-direito da ONU.
A Palestina é Observadora Permanente na ONU desde 2012, antes da qual foi Observadora na Assembleia Geral da ONU.
Diálogo de reconciliação entre grupos palestinianos
Representantes de 14 organizações palestinianas mantiveram um diálogo para pôr fim à divisão e fortalecer a unidade, que teve lugar de 21 a 23 de Julho, na China, tendo subscrito a Declaração de Pequim.
O ministro chinês dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, enfatizou que Pequim apoiará sempre, firmemente, a justa causa do povo palestiniano, independentemente da evolução da situação internacional.
É salientado como importante resultado deste diálogo a confirmação de que a Organização para a Libertação da Palestina (OLP) é o único representante legítimo de todo o povo palestiniano.
A questão palestiniana é a questão central do Médio Oriente e por tal motivo Pequim propôs uma abordagem de três passos para alcançar uma solução: promover um cessar-fogo completo, duradouro e sustentável na Faixa de Gaza, o mais cedo possível, assegurando o acesso da ajuda humanitária; respeitar o princípio «os palestinianos governam a Palestina» e trabalhar em conjunto para avançar na governação da Faixa de Gaza; advogar que a Palestina se converta num membro pleno da ONU e começar a implementar a «solução de dois Estados».
A Declaração reafirma o compromisso de estabelecer um Estado independente da Palestina com Jerusalém como capital, com base nas resoluções relevantes da ONU e em garantir a integridade do território palestiniano, incluindo a Cisjordânia, Jerusalém e Gaza.
O texto destaca o direito do povo palestiniano a resistir à ocupação israelita de acordo com as leis internacionais e a Carta das Nações Unidas e a frustrar qualquer tentativa de expulsar à força os palestinianos das suas terras.
Os subscritores acordaram em formar um governo interino de unidade nacional com o consenso de todas as facções. Tal governo exercerá o poder sobre todos os territórios palestinianos, incluindo a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, unificará todas as instituições palestinianas e iniciará o processo de reconstrução, além de preparar a realização de eleições gerais.