Von der Leyen é solução para as multinacionais mas não para os povos
Ursula von der Leyen foi eleita para mais um mandato à frente da Comissão Europeia, com 401 votos favoráveis (num total de 720), provenientes do Partido Popular Europeu (onde se integram os deputados do PSD e do CDS), dos Socialistas (onde está o PS), Liberais (o grupo da IL) e dos Verdes Europeus, que convergem no consenso neoliberal, militarista e federalista da UE.
Esta eleição, afirmou o deputado do PCP no Parlamento Europeu, João Oliveira, «agrada aos grupos económicos, agrada aos bancos, agrada às multinacionais, incluindo as farmacêuticas e a indústria do armamento, agrada a quem explora os migrantes e os sujeita a condições de escravatura». Agrada, pois, a todos esses grandes interesses económicos, «mas não serve aos trabalhadores e aos povos», acrescentou, justificando o voto contra a referida eleição.
João Oliveira sublinha que o futuro dos povos e a construção de uma Europa de paz e cooperação exigem a ruptura com o consenso neoliberal, federalista e militarista que Ursula von der Leyen representa. Exige mais direitos laborais e sociais, uma distribuição mais justa da riqueza, o reforço dos serviços públicos e do investimento público para garantir o direito à saúde, à educação, à habitação, à segurança social. Exige o desenvolvimento e a coesão social, a defesa do ambiente, a defesa dos direitos e liberdades democráticas, exige o combate a todas as desigualdades e discriminações, exige o humanismo na política de migrações, exige o combate à corrupção e aos privilégios dos grandes grupos económicos e financeiros.
Segundo o eleito do PCP no Parlamento Europeu, «nós seremos a voz dessa alternativa que se constrói à esquerda», «seremos a voz das ruas, a voz dos trabalhadores e dos povos que lutam por um futuro de paz, igualdade, liberdade, democracia e justiça social. Seremos essa voz hoje, votando contra a eleição de Ursula von der Leyen, e continuaremos a sê-lo em todos os outros dias deste mandato dando voz à alternativa que apenas à esquerda pode ser construída para garantir o futuro dos povos».