Médicos prometem luta caso Governo não aceite negociar
O Conselho Nacional da Federação Nacional dos Médicos (FNAM), reunido no dia 29, em Coimbra, exigiu que o Ministério da Saúde arranque o processo negocial, prometendo, caso contrário, novas formas de luta.
FNAM avança com possível greve geral nacional face à falta de respostas do Governo
O órgão dirigente da FNAM, que olha com preocupação para o «impasse no arranque da negociação e finalização de um protocolo negocial, tendo em conta a urgência que existe em garantir médicos no SNS», apelou à entrega de declarações de indisponibilidade para trabalho suplementar além do limite anual legal (150 horas, ou 250 no caso dos médicos em dedicação plena).
A federação decidiu, ainda, intensificar as formas de luta destes profissionais, prometendo uma greve geral nacional, bem como greve ao trabalho suplementar nos cuidados de saúde primários, caso o Governo continue sem demonstrar real vontade em negociar.
Esta situação decorre do cancelamento pelo Ministério da Saúde, na noite de dia 21, da reunião negocial com a FNAM (agendada para dia 25), no que a organização sindical classifica como um «desrespeito total pelo processo negocial». O Conselho Nacional da federação reiterou, ainda, as propostas da federação de negociação da grelha salarial, reposição da jornada de 35 horas semanais, reintegração do internato médico na carreira, progressão na carreira, entre outras.
Enfermeiros em luta
Também nos enfermeiros, a luta avança pela contratação de mais profissionais, contabilização de todos os anos de serviço, transição para a categoria de especialista, regulação dos horários, 35 horas de trabalho por semana e mais investimento no SNS.
Foi assim com a greve dos enfermeiros do Hospital de Vila Franca de Xirano dia 28 de Maio, num contexto de esgotamento físico e mental (fruto do elevado ritmo de trabalho e de horas extraordinárias).
O SEP denunciou a situação na altura, e voltou, no dia 17, a exigir respostas ao hospital.
Assim é, igualmente, nos Cuidados de Saúde Primários da região de Lisboa(ULS de Amadora-Sintra, Estuário do Tejo, Loures-Odivelas, Santa Maria, São José e Lisboa Oriental), cujos enfermeiros estão hoje em greve, com concentração marcada junto ao Ministério da Saúde, às 11h00.
Nos hospitais privados, os enfermeiros farão, também, greve nos dias 9 e 10, contra o protelamento da negociação da revisão do contrato colectivo de trabalho pela APHP. A associação patronal e os seus sócios (como a CUF ou o grupo Luz) têm recusado, denunciou o SEP, fixar na convenção colectiva uma justa valorização salarial.