Trabalhadores da CGD exigem salários dignos
A Comissão de Trabalhadores (CT) da Caixa Geral de Depósitos denunciou, em nota de imprensa de dia 13, o que classificou como uma «gestão cada vez mais minimalista, segregadora e desigual» da Comissão Executiva (CE) da empresa em relação à sua política de remunerações.
Segundo afirmou a CT, entre 2016 e 2023, os custos com órgãos de gestão aumentaram 220,3 por cento, face à diminuição de 19,6 dos custos com pessoal, numa clara situação de desigualdade nas remunerações, no contexto dos anunciados «resultados históricos» obtidos pela CGD no ano passado.
Para a CT, é inconcebível que a Caixa, face a uma perda real de poder de compra dos seus trabalhadores, «entre 11,4 e 22,1 por cento», continue a propor, em negociações com os sindicatos, «revisões salariais que são sempre abaixo das taxas de inflação», não reconhecendo a «necessidade de rever a política salarial».
Num quadro em que, dos lucros do banco, «continua a chegar uma fatia cada vez menor aos trabalhadores», a CT denunciou, ainda, a insistência da CE em não cumprir o «aumento salarial extraordinário de um por cento» na Administração Pública e no sector empresarial do Estado (decretado pelo Governo em 2023), e em recusar-se a ressarcir os trabalhadores pelo congelamento das suas carreiras e contagens de tempo durante quatro anos.
Bloqueios da administração
O Sindicato dos Trabalhadores das Empresas do Grupo CGD (STEC) veio também denunciar, no dia 12, o bloqueio da CE à negociação salarial para 2024.
Em nota de imprensa, o sindicato pontuou que, «face à última proposta da CGD, de 3,2 por cento, com um mínimo de 60 euros», o STEC, «em boa-fé», contrapôs 4,1 por cento, com o mínimo de 79 euros de aumento dos salários, e a «actualização das diuturnidades congeladas há cinco anos». Uma contra-proposta que, sublinhou, a CE «recusou peremptoriamente».
A administração da CGD, denunciou o STEC, foi «intransigente», não indo além da proposta de 3,2 por cento de aumento, e, em pleno processo negocial, «subverteu a negociação colectiva, aplicando unilateralmente um aumento salarial de 3 por cento».