Reforma Agrária avança na Colômbia

O governo da Colômbia entregou a camponeses, na passada semana, cerca de oito mil hectares de terra, de acordo com dados disponibilizados em Bogotá pelo Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural.

A mais recente entrega de terras teve lugar em Aguachica, no departamento de Cesar (nordeste do país) e em San Juan Nepomuceno, em Bolívar (norte), onde se distribuíram dois mil hectares por 182 famílias integradas por camponeses, mulheres, jovens rurais e subscritores da paz.

O presidente colombiano, Gustavo Petro, esteve presente na jornada denominada «Avança a Reforma Agrária», em Aguachica, e falou perante cerca de 1200 pessoas, a quem asseverou que só com a transformação do Estado se pode alcançar a paz no país. «As terras não podem continuar manchadas de sangue e cocaína. A Constituição de 1991 ordena que o campesinato tenha acesso à Reforma Agrária, mas isso não se cumpriu», afirmou.

As parcelas entregues beneficiarão associações camponesas; famílias dedicadas à agricultura camponesa, familiar, étnica e comunitária; subscritores da paz; e pequenos pastores, pescadores e agricultores.

Também presente no acto em Aguachica, a ministra da Agricultura, Jhenifer Mojica, e o director da Agência Nacional de Terras, Felipe Harman, assinaram um acordo para agilizar a compra e entrega de terras para a Reforma Agrária em Cesar.

«Desta vez, na nossa terceira maratona de entrega de terras em quase um mês, a grande região beneficiada foram os Montes de María, onde a deslocação forçada da população deixou sem terras camponeses e camponesas. Hoje voltamos a esta zona das Caraíbas para lhes devolver o que nunca deixou de ser seu e saldar dívidas históricas», destacou a ministra.

Multinacional bananeira financiou paramilitares

A multinacional norte-americana de bananas Chiquita Brands deverá indemnizar os familiares das vítimas de assassinatos e massacres perpetrados em várias zonas da Colômbia, depois de uma sentença que a considerou culpada de financiar grupos de paramilitares.

Segundo o canal RTVC Notícias, de Bogotá, um tribunal do sul da Florida, nos EUA, declarou a empresa responsável pelo financiamento de estruturas armadas à margem da lei, esperando-se agora uma reparação a quem foi prejudicado pelas acções ilegais desses grupos armados.

A Chiquita Brands terá entregado verbas avultadas às denominadas «Autodefesas Unidas de Colombia» (AUC) para manter os seus lucros, embora conhecendo os atrozes actos cometidos por esse grupo paramilitar.

Estima-se que a multinacional tenha pagado mais de um milhão e 700 mil dólares ao grupo, entre 1997 e 2004, contribuindo para fortalecer a sua presença em Urabá (noroeste) e em Magdalena (norte) e ajudando a recrudescer a violência na região.

 



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