Países dos BRICS defendem transações em moedas nacionais

Os BRICS continuam a trabalhar para concretizar o mecanismo de pagamento em moedas nacionais das trocas comerciais e financeiras entre os seus actuais 10 Estados membros.

BRICS representam quase metade da população mundial e mais de 40 por cento da produção global de petróleo

Cerca de 30 delegações participarão na cimeira dos BRICS deste ano na cidade russa de Kazán, anunciou o Comité Organizador do Fórum Económico Internacional de São Petersburgo (Spief).

Além dos 10 Estados membros, participam cerca de duas dezenas de países convidados. Os temas mais potenciados pela presidência russa são «a igualdade soberana, a abertura e o consenso».

Desde 1 de Janeiro e até ao final de 2024, sob a presidência russa, decorrem mais de 250 eventos, abordando uma vasta gama de assuntos.

Entretanto, os países dos BRICS estão a trabalhar para desenvolver uma plataforma de pagamentos em moedas nacionais entre os membros do grupo. Durante o conselho de ministros dos países que integram os BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Egipto, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irão), que decorreu nos dias 10 (à porta fechada) e 11 (aberto a países convidados), na cidade russa de Nizhni Nóvgorod, o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguéi Lavrov, confirmou que estão a decorrer acções concretas para melhorar os mecanismos financeiros entre os BRICS.

«Trabalha-se activamente para implementar as decisões da Cimeira de Joanesburgo em 2023, em particular visando melhorar o sistema monetário e financeiro internacional e desenvolver uma plataforma para os pagamentos em moedas nacionais do comércio entre países do grupo», precisou.

Além disso, acrescentou, desenvolvem-se iniciativas como no caso dos transportes, tendo sido criados vários grupos de trabalho focados em temas como o clima e o desenvolvimento sustentável, a medicina nuclear ou a cooperação médica. «A nossa agenda é extensa. Aborda questões que influirão directamente na futura ordem mundial e na formação dos seus alicerces justos», assinalou Lavrov.

A propósito, manifestou estar convencido de que os BRICS avançam impulsionados pelos ventos de mudança e que o seu papel na solução dos problemas globais não cessa de aumentar. «Isto é confirmado pelo constante aumento do número de países que mostram um interesse genuíno em unir-se ao trabalho da nossa associação», revelou.

Os BRICS, inicialmente formados por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, é uma associação de países emergentes e em desenvolvimento, fundada a partir de vínculos de amizade, solidariedade e interesses comuns.

Após a incorporação da Arábia Saudita, Egipto, Emiratos Árabes Unidos, Etiópia e Irão, desde 1 de Janeiro do corrente ano, o grupo passou a ter 10 Estados membros, os quais representam quase metade da população mundial, mais de 40 por cento da produção global de petróleo e cerca de 25 por cento das exportações mundiais.

China advoga conferência de paz

Sobre a guerra na Ucrânia, a China defende a realização de uma conferência de paz reconhecida tanto por Moscovo como por Kiev, declarou o ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi.

«A crise ucraniana continua, a China defende a convocação oportuna de uma verdadeira conferência de paz, aceite tanto pela Rússia como pela Ucrânia, com a participação igualitária de todas as partes e o debate honesto de todos os planos de paz», declarou Wang, na reunião ministerial do grupo BRICS, na cidade russa de Nizhni Nóvgorod.

Em Pequim, a porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Mao Ning, confirmou que uma conferência deste tipo deve incluir três elementos: a aceitação da Rússia e da Ucrânia; a participação equitativa de todas as partes; e a discussão imparcial de todas as iniciativas de paz.

A China rejeitou participar numa conferência de paz sobre a Ucrânia, organizada na Suíça por Kiev e seus aliados ocidentais, nos próximos dias 15 e 16, na qual também não estará presente a Rússia.

 



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