Sempre contigo para o que der e vier

Rui Fernandes (Membro da Comissão Política)

Con­fi­ança na força da nossa razão

Es­tamos a es­cassos dias das elei­ções para o Par­la­mento Eu­ropeu. Tempo ainda para es­cla­recer e mo­bi­lizar para o voto na CDU. O voto numa força de pa­lavra, de tra­balho e de co­e­rência. O voto em quem pro­ta­go­niza uma po­lí­tica al­ter­na­tiva que de­fenda cá e lá, na União Eu­ro­peia, a de­fesa dos ser­viços pú­blicos e das fun­ções so­ciais do Es­tado, de­sig­na­da­mente na ga­rantia do di­reito à saúde, à edu­cação, à ha­bi­tação, à pro­tecção so­cial.

Neste tempo con­tur­bado em que o sis­tema ca­pi­ta­lista faz pairar sobre a Hu­ma­ni­dade o es­pectro da ge­ne­ra­li­zação da guerra, ao mesmo tempo que de­sen­volve e in­cen­tiva pro­vo­ca­ções, con­flitos, boi­cotes eco­nó­micos e so­ciais, sub­sistem enormes po­ten­ci­a­li­dades.

Po­ten­ci­a­li­dades que têm de en­frentar o peso do ne­ga­ti­vismo e o agi­gantar de medos de­sen­vol­vido pela ide­o­logia do­mi­nante, usando os meios ao seu dispor, vi­sando a de­sis­tência, o con­for­mismo e a re­sig­nação. Es­condem, de­turpam e ga­lar­doam-nos com vá­rios mimos, e «mar­telam» su­ces­si­va­mente a con­versa do de­clínio ir­re­ver­sível do PCP, ao mesmo tempo que pro­curam minar a uni­dade dos tra­ba­lha­dores, fazer re­gredir di­reitos, in­cluindo no plano po­lí­tico. Tal ofen­siva re­quer re­do­brada con­fi­ança na luta con­se­quente dos tra­ba­lha­dores e dos povos e na sua imensa ca­pa­ci­dade de re­sis­tência, de luta e de trans­for­mação.

Temos um pa­tri­mónio de in­ter­venção, luta e pro­posta que nos honra e or­gulha e que temos de con­ti­nuar a levar às mais am­plas massas po­pu­lares, in­te­grando essa acção com a res­posta a ou­tras ta­refas de que se des­tacam: a pre­pa­ração do XXII Con­gresso e a Festa do Avante!.

Os con­gressos re­pre­sentam um mo­mento muito alto na vida do Par­tido e a sua pre­pa­ração é in­dis­so­ciável da luta contra a po­lí­tica de di­reita e afir­mação da po­lí­tica al­ter­na­tiva de que somos por­ta­dores. O Co­mité Cen­tral do PCP, na sua reu­nião de 15 de Abril, su­bli­nhou que o XXII Con­gresso vai ter lugar numa si­tu­ação in­ter­na­ci­onal e na­ci­onal com­plexa e exi­gente, em que o papel do Par­tido as­sume ainda mais im­por­tância, que co­loca a ne­ces­si­dade de apro­fun­da­mento da aná­lise, a de­fi­nição de ori­en­ta­ções e a afir­mação do ideal e pro­jecto co­mu­nistas.

Na di­nâ­mica de acção do Par­tido no pre­sente mo­mento, in­tegra-se também a pre­pa­ração da Festa do Avante!, festa do Por­tugal de Abril e da so­li­da­ri­e­dade in­ter­na­ci­o­na­lista. Festa da ca­ma­ra­dagem, da fra­ter­ni­dade e ami­zade.

Contra ventos e marés, com de­ter­mi­nação e con­fi­ança pros­se­guimos
Pros­se­guimos co­e­rentes com os prin­cí­pios e va­lores que es­ti­veram na origem deste grande Par­tido e que têm nor­teado a sua acção ao longo de mais de 100 anos de vida e de luta, con­ti­nu­ando firmes nas nossas con­vic­ções e ob­jec­tivos.

Pros­se­guimos re­for­çando a or­ga­ni­zação, tra­zendo mais mi­li­tantes, res­pon­sa­bi­li­zando mais ca­ma­radas, re­for­çando a in­ter­venção das or­ga­ni­za­ções no tra­ta­mento dos pro­blemas dos tra­ba­lha­dores e das po­pu­la­ções, cui­dando do au­mento das re­ceitas do Par­tido. Mas também om­bre­ando com muitos que, não sendo do Par­tido, con­nosco estão nas lutas em de­fesa e re­forço do SNS, pelo au­mento de sa­lá­rios, por me­lhores trans­portes, por es­colas re­qua­li­fi­cadas e um sis­tema de en­sino mais ca­pa­ci­tado em meios hu­manos e ma­te­riais, por me­lhores e mais am­plos apoios so­ciais, por uma Jus­tiça mais cé­lere e aces­sível aos ci­da­dãos, por forças e ser­viços de se­gu­rança dig­ni­fi­cados, entre tantos ou­tros exem­plos.

Com con­fi­ança na força da nossa razão, cons­ci­entes que di­fi­cul­dades não sig­ni­ficam im­pos­si­bi­li­dades, pros­se­gui­remos a nossa luta, acção e in­ter­venção por uma rup­tura com esta po­lí­tica e pela con­sa­gração dos va­lores de Abril no fu­turo de Por­tugal. Abril que inundou ruas e ave­nidas afir­mando a pe­re­ni­dade do seu pro­jecto e va­lores e que ga­nhou re­no­vado vigor com a jor­nada do 1.º de Maio e as muitas lutas em em­presas e sec­tores que têm vindo a ter lugar.

 



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