Bienal de Coimbra é para ser defendida
O Governo e o Turismo de Portugal, com a «conivência silenciosa» da maioria na Câmara Municipal de Coimbra, decidiram vender o Mosteiro de Santa Clara-a-Nova à Soft Time para aí construir um hotel de cinco estrelas, pondo em causa a Bienal de Arte Contemporânea.
O local que acolhe a Bienal de Arte Contemporânea de Coimbra vai ser um hotel de luxo
Para o PCP, está em causa a destruição daquilo que é, hoje, um «marco da cultura contemporânea na cidade, na região e no País». O referido mosteiro acolhia há já uma década o projecto Anozero, que promovia a bienal. Numa nota do Secretariado da Direcção da Organização Regional de Coimbra, o PCP denuncia ainda o facto de terem sido ignorados os apelos da organização do evento, dos agentes culturais da cidade e dos munícipes.
Desde o início desde processo que o PCP alertou, criticou e combateu esta visão economicista da cultura, que «tudo submete ao lucro e que, sob capa de uma pretensa recuperação de imóveis históricos/patrimoniais do Estado, os aliena ao desbarato para os grandes grupos económicos do turismo, sem consideração seja pelo seu efectivo valor patrimonial, seja pelas diversas mais-valias da sua utilização actual». Esta é, para o Partido, uma visão não apenas economicista, mas sobretudo «bacoca», que além de ignorar o valor cultural da Bienal, a sua projecção nacional e internacional e a sua relevância incontornável, «tudo troca pela receita imediata, em total ignorância do real retorno económico directo e indirecto que a Bienal proporciona».
Face ao que considera ser uma «decisão lesiva para a cultura e para a cidade de Coimbra», o PCP volta a convocar a cidade, os seus agentes e munícipes para a defesa intransigente da cultura e contra a sua mercantilização. Ou seja, «para a defesa daquela que é a sua Bienal, projecto de importância incontornável para Coimbra».