Contra a hipocrisia, pela paz, pela Palestina

Ângelo Alves

A aprovação pelo Conselho de Segurança da ONU (CS ONU), pela primeira vez em seismeses, de uma resolução que exige um cessar-fogo na Palestina, foi uma vitória importante da resistência e luta do povo palestiniano e do movimento que por todo o mundo exige o fim do genocídio e o respeito pelos direitos daquele povo. Mas foi acima de tudo uma vitória política, uma vez que Israel e os seus mais directos apoiantes não só ignoraram a decisão daquele órgão da ONU como, na sequência da sua aprovação, protagonizam acções que a afrontam escandalosamente.

O Governo fascista de Netanyahu prossegue e intensifica o genocídio em Gaza. Israel continuou e intensificou o massacre no complexo hospitalar Al Shifa, onde foram mortas 400 pessoas em apenas 15 dias, e atacadas 1050 casas nas suas imediações. Nas imediações do hospital Mártires de Al-Aqsa atacou à bomba tendas onde se encontravam doentes deslocados e jornalistas. Só em 24 horas do fim de semana da Páscoa os bombardeamentos israelitas mataram quase oitenta pessoas. No Sábado, na linha divisória entre o Líbano e Israel, 4 membros da UNIFIL (missão de paz da ONU no Líbano) foram feridos num ataque israelita. No Domingo de Páscoa Israel anunciou a aprovação dos planos para o massacre em Rafah. Na segunda-feira bombardeou instalações diplomáticas iranianas em Damasco, matando dois generais iranianos, numa clara provocação que pode ter terríveis consequências. Na terça-feira, num ataque aéreo direccionado, matou sete voluntários humanitários que distribuíam comida em Gaza.

Muitas das bombas que Israel usa nos seus crimes vêm dos EUA. A administração norte-americana desdobra-se em manobras de ilusionismo tentando mostrar algum distanciamento do Governo israelita. Mas a verdade é que todos os actos acima descritos tiveram, têm e terão o apoio dos EUA. É a própria comunicação social norte-americana que nos informa que os EUA decidiram o envio para Israel de um novo pacote de bombas e caças de ultima geração no valor de vários milhares de milhões de Dólares. O cinismo e o desrespeito pelo Direito Internacional de Israel e do seu “big-brother” parecem não ter fim. Contra a hipocrisia, pela paz, pela palestina, dia 6 de Abril estaremos na rua a lutar!

 



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