Liberdade

Margarida Botelho

O Instituto +Liberdade, associação formada há três anos, tem por objectivo a «defesa da democracia-liberal». Apresenta-se como think tank, fundado por empresários e dirigentes de diversos partidos de direita, com destaque para a Iniciativa Liberal. Publica estudos, divulga clássicos do liberalismo económico, afixa cartazes, faz exposições – como a mais recente, sobre o 25 de Novembro -, seminários, cursos e concursos, dá prémios, promove quadros que enchem o espaço público do comentário e dos “especialistas”. Destaca-se pela agressividade contra tudo o que é público e por um anticomunismo militante. Uma visita ao seu sítio da internet é bastante instrutiva.

Alcançaram com a apresentação do Governo da AD na semana passada um novo patamar de excitação e reconhecimento. Veja-se a publicação das suas redes sociais de há dias: «O Instituto +Liberdade deseja os maiores êxitos e sucessos a Fernando Alexandre, Director Não Executivo do Instituto +Liberdade, Rita Alarcão Júdice, membro fundador do Instituto +Liberdade, António Leitão Amaro e Pedro Reis, membros do Instituto +Liberdade, Joaquim Miranda Sarmento e Margarida Balseiro Lopes, oradores convidados em eventos +Liberdade, pela integração no XXIV Governo, nomeadamente pelas exigentes pastas governamentais para as quais foram nomeados.”»

Ficamos pois a saber que os novos ministros da Educação, da Justiça, da Presidência, da Economia, das Finanças e da Juventude têm todos esta enriquecedora ligação. Fica-se a perceber melhor para que servem e a quem servem, como funcionam, que meios usam, estes moderníssimos think tanks, braços nacionais de interesses do grande capital internacional, mecanismos de produção ideológica e de desinformação, de condicionamento e de formação de quadros. Coisas sempre úteis de conhecer. Para melhor combater, claro.

 



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