Plenários na Autoeuropa forçaram renegociação
A proposta de acordo sobre o Caderno Reivindicativo na Volkswagen Autoeuropa não foi colocada à votação, depois de os trabalhadores terem manifestado uma clara rejeição dos pontos essenciais.
Para 2025 e 2026 foram propostos mínimos garantidos inferiores a 40 euros
O SITE Sul, no dia 15, sinalizou como «positivo ter-se tido em consideração o sentimento dos trabalhadores, não levar a referendo esta proposta e reivindicar a retoma das negociações, no sentido de melhorar a contraproposta, nas matérias do aumento salarial, na redução da duração do acordo (como a reivindicação inscrita no caderno reivindicativo) e exigir respostas concretas em matérias como os critérios para a progressão dos operadores da banda I,
Num comunicado, o sindicato da FIEQUIMETAL/CGTP-IN saudou os trabalhadores «pela sua participação, determinação e firmeza» nos quatro plenários de 12 e 13 de Março, considerando que «a resposta ao resultado da negociação do Caderno Reivindicativo foi dada de forma clara e inequívoca».
Ao concretizar os conteúdos contestados, o SITE Sul começa por referir o período de vigência, considerando três anos um prazo «inaceitável», «para fazer frente ao aumento do custo de vida» e «por não promover a valorização efectiva e continuada» dos salários.
Quanto à actualização salarial, mereceram rejeição as propostas apresentadas para 2025 e 2026, com mínimos de 2% e 2,3%, respectivamente, que «representam mínimos garantidos abaixo dos 40 euros».
Na proposta para 2024, os trabalhadores «entendem ser possível ir mais além». O sindicato recordou que, pela luta, no processo do aumento extraordinário dos salários, em 2022, com efeitos a Janeiro de 2023, foi alcançado um mínimo de 80 euros. O aumento garantido de 100 euros, inscrito na proposta (a qual contém as percentagens acima referidas para 2025 e 2026), resulta em valores «insuficientes para repor o poder de compra perdido pelos trabalhadores».
Por fim, prever aumentos de 0,5% acima da inflação «é insuficiente e não representa nenhum ganho, nem recuperação efectiva do poder de compra», tal como «não reflecte os ganhos, fruto da produtividade, da VW Autoeuropa».
O SITE Sul reafirmou no comunicado aquilo que transmitira nos plenários: «Estamos com os trabalhadores na luta pelas suas reivindicações e aspirações, por melhores salários e condições, e tudo faremos, através do esclarecimento, para que os melhores resultados sejam alcançados, sem descartar qualquer forma de luta».
Estas posições foram reiteradas em novo comunicado, esta segunda-feira, dia 25, no qual o sindicato insistiu que a Administração da VW Autoeuropa «tem todas as condições para responder de forma positiva aos trabalhadores e às suas justas reivindicações, de forma séria e célere, considerando os resultados da fábrica de Palmela e do Grupo VW».
Anteontem foi divulgada uma nova proposta de acordo, para colocar em referendo já nos dias 2 e 3 de Abril.