Gencoal sem argumentos para despedir

«Para onde foi o dinheiro?» – A questão foi suscitada pela Comissão Concelhia de Vila do Conde do PCP, reagindo à notícia da intenção de despedimento de 97 trabalhadoras, na conserveira Gencoal, nas Caxinas. O Partido recordou, num comunicado de dia 22, que o sector é «marcado por baixos salários e condições de trabalho penosas, por um lado, e lucros em crescendo, por outro», e ali o trabalho «foi feito, a troco de um salário pouco mais que miserável e em condições a roçar a indignidade, produzindo conservas caracterizadas pela sua alta qualidade».

O problema motivou uma reunião entre uma delegação da DORP do PCP, integrando o deputado Alfredo Maia, e a direcção do STIANOR, no dia 25. No final, o Partido reiterou que « o anúncio de despedimento e a sua justificação não são aceitáveis». A empresa, que pertence ao grupo italiano Generale Conserve, alegou o aumento dos preços de factores de produção, como o azeite e o alumínio, e a concorrência de empresas de outros países. Ora, como se assinalou na nota de imprensa da DORP, «é público que a empresa se prepara para investir na expansão e modernização da fábrica» e «o aumento dos factores de produção é comum a todo o sector».

Os baixos salários e as duras condições de trabalho levaram à greve, a 30 de Novembro. E agora, entre as 97 trabalhadoras abrangidas pela intenção de despedimento, a grande maioria é sindicalizada e entre elas está uma dirigente sindical, o que «revela uma atitude atentatória da liberdade sindical e de perseguição às trabalhadoras que lutam por uma vida melhor», acusa o PCP, garantindo que irá continuar a intervir contra esta tentativa de despedimento.

O sindicato emitiu um comunicado, no dia 18, e estará representado numa reunião, a 2 de Abril, na sede da empresa, com a comissão representativa dos trabalhadores visados no despedimento.

 



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