Estudantes do Superior manifestam-se hoje em Lisboa
No âmbito das comemorações do Dia do Estudante, hoje, 21 de Março, Lisboa acolhe uma manifestação nacional do Ensino Superior, às 14h30, entre o Rossio e a Assembleia da República.
«Queremos mais Abril aqui»
Esta primeira grande acção de rua desde as eleições legislativas de 10 de Março partiu do apelo «Queremos mais Abril aqui», promovido pela Associação de Estudantes (AE) da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade NOVA de Lisboa, com a convergência de várias estruturas do movimento associativo, nomeadamente todas as que integram o Conselho de Associações Académicas Portuguesas, a Federação Académica de Lisboa, a Associação Académica de Coimbra e as já 15 subscritoras do apelo.
O documento aponta, essencialmente, às soluções necessárias para o Ensino Superior português – como a sua gratuitidade, alargamento e aumento das bolsas, alojamento público para estudantes, uma maior participação estudantil nos órgãos de gestão das instituições –, no ano em que se celebram 50 anos da Revolução que abriu as portas ao ensino para todos.
Secundário
O Movimento «Voz aos Estudantes» iniciou na segunda-feira, 18, uma semana de luta, sob o lema «Agarra o que é teu!», pelo fim dos Exames Nacionais e da sobrecarga horária, por mais funcionários, professores e condições materiais e mais e melhores transportes públicos.
Entretanto, o abaixo-assinado «Agarra o que é teu!» – subscrito por 17 AE – conta já com milhares de assinaturas, e aponta como única solução para uma Escola Pública, democrática e de qualidade reforçar luta e assinalar o Dia Nacional do Estudante (24 de Março).
«Todos os dias, nas nossas escolas, somos confrontados com a falta de financiamento, a despreocupação e a desvalorização da Escola Pública, com os entraves que isso coloca aos nossos percursos escolares e vida em geral», afirmam os estudantes, no abaixo-assinado, onde se refere ser «recorrente» a «falta de funcionários e professores, o tempo a mais que passamos na escola, sufocados por uma desumana sobrecarga horária, as precárias condições materiais».
Por outro lado, «os injustos exames nacionais servem apenas como meio para dificultar o acesso ao Ensino Superior e para acentuar as desigualdades entre os estudantes, prejudicando a aprendizagem, a superação de dificuldades e a avaliação contínua». «Até para chegar à escola, todas as manhãs, enfrentamos uma batalha, porque a falta de transportes públicos é uma constante, acordando mais cedo para apanhar o único autocarro que passa de manhã, sendo obrigados a ficar até mais tarde na escola, e, por vezes, tendo de sair mais cedo das aulas para apanhar o último transporte», queixam-se os estudantes.
Para hoje, 21, estão previstas acções nas escolas secundárias (ES) da Lousada, Gomes Ferreira (Lisboa), e amanhã na José Afonso (Loures), António Arroio (Lisboa), Maria Amália (Lisboa), Camilo Castelo Branco (Vila Real) e Filipa de Vilhena (Porto).
Já tiveram lugar iniciativas na ES Almeida Garrett (Vila Nova de Gaia), Tomaz Pelayo (Santo Tirso), D. Dinis (Santo Tirso), Anselmo de Andrade (Almada), Bemposta (Portimão), Carolina Michaelis e Externato Vila Meã.