Governo do Níger rompe acordo militar com EUA
O governo do Níger anunciou, no sábado, 16, que rompeu «com efeito imediato» o acordo de cooperação militar com os EUA.
A ruptura foi conhecida após a visita a Niamey de uma delegação norte-americana, encabeçada pela subsecretária de Estado para Assuntos Africanos, Molly Phee, que, durante a estada, não foi recebida pelo líder nigerino, Abduraman Tiani.
«O governo do Níger, tendo em conta as aspirações e os interesses do seu povo, decidiu (…) denunciar com efeito imediato o acordo relativo ao estatuto do pessoal militar dos EUA e dos empregados civis do Departamento de Defesa norte-americano [Pentágono] no território do Níger», anunciou o porta-voz do governo nigerino, Amadou Abdramane.
Afirmou que a presença militar norte-americana no país africano é «ilegal e viola todas as regras constitucionais ou democráticas». Explicou que o acordo agora denunciado é «injusto» e foi imposto unilateralmente pelos EUA com uma simples «nota verbal», em 6 de Julho de 2012.
Os EUA têm mais de um milhar de soldados no Níger, a pretexto da denominada luta anti-jihadista no Sahel, e construiu uma importante base militar de drones em Agadez, no centro do país.
Uma das primeiras medidas do governo nigerino, chegado ao poder em Julho de 2023, foi expulsar as tropas francesas, que dispunham de uma base em Niamey.