«Não há Março sem Abril» no Dia Internacional da Mulher

Para assinalar o Dia Internacional da Mulher, 8 de Março, o Movimento Democrático de Mulheres (MDM) organizou e participou em 65 iniciativas pela igualdade, apontando já para a preparação da Manifestação Nacional de Mulheres que se realizará no próximo dia 23, em Lisboa.

Não há democracia sem a concretização dos direitos da mulher

Nas diversas acções de contacto com mulheres trabalhadoras, jovens, estudantes, idosas e pensionistas, o objectivo foi afirmar a actualidade de Abril e a imprescindibilidade dos seus valores progressistas de liberdade, da conquista de direitos, igualdade e paz.

A exigência pela igualdade na vida e pela concretização das condições fundamentais para a plena emancipação das mulheres também esteve no centro do diversificado programa que incluiu debates e tertúlias, exposições, jantares e a realização de um espectáculo no Teatro das Figuras em Faro. Em Lisboa, foi um «estendal» reivindicativo, construído de forma colectiva com panos e bordados, pintados e desenhados a diversas mãos, que, assinalando 50 conquistas da Revolução, celebrou o 8 de Março.

Entre plenários, contactos nos locais de trabalho, concentrações e conferências de imprensa, a CGTP-IN promoveu centenas de iniciativas em torno do Dia Internacional da Mulher. Em Lisboa realizou-se uma marcha sindical pela igualdade.

CDU assinala Dia Internacional da Mulher

O Secretário-Geral do PCP participou em duas iniciativas que celebraram o Dia Internacional da Mulher, nos dias 7 e 8.

Na manhã de dia 8, em Vila Nova de Gaia, uma sessão evocativa assinalou a efeméride. Depois da leitura do poema Calçada de Carriche, de António Gedeão, quatro dirigentes e delegadas sindicais e, à altura, candidatas pela CDU, foram chamadas a palco para testemunhar acerca dos problemas enfrentados pelas mulheres em várias esferas da vida.

Rita Amado, trabalhadora em arquitectura, abordou várias questões ligadas à precariedade, à desigualdade salarial entre homens e mulheres e sobre a necessidade de aumentos salariais. Helena David, assistente de bordo, falou sobre diversos temas associados às jovens mulheres, à discriminação e à Interrupção Voluntária da Gravidez. Rita Costa, operadora de centro de contacto concentrou-se nos aspectos da vida laboral e nas consequências particulares que a desregulação de horários trabalho e o trabalho por turnos provoca na vida das mulheres. Já Inês Branco abordou as várias questões ligadas à maternidade e dos muitos direitos que estão por concretizar nesta área.

«Estamos neste combate eleitoral também pelos direitos das mulheres e pela sua emancipação, na vida, como no trabalho, na actividade sindical como na intervenção política, na cultura como no desporto e no lazer, em ordem a garantir a plena igualdade e a eliminar todas as formas de discriminação, desigualdade e violência», afirmou Alfredo Maia, eleito, entretanto, deputado.

Paulo Raimundo, que interveio em último, assinalou que sobre a plena emancipação da mulher há ainda «muito por fazer e um longo caminho para percorrer». «Esta não é uma luta qualquer, é também uma luta pela democracia», pois «não há democracia plena, sem a concretização, na vida e no trabalho, dos direitos das mulheres», afirmou. «Quem acha que pode haver democracia sem os direitos da mulher concretizados na sua plenitude está muito enganado e aqui não nos enganamos», acrescentou.

Maria Lamas, «lutadora incansável»

No dia anterior, 7, Paulo Raimundo, acompanhado por uma larga comitiva de mulheres, visitou, na biblioteca de arte da Fundação Calouste Gulbenkian, a exposição As mulheres de Maria Lamas. Aqui, destacou o «exemplo que queremos projectar» desta «extraordinária mulher», comunista, dirigente de diversas organizações de mulheres, entre as quais o Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas e o MDM (do qual foi, desde 1975, presidente honorária), e «lutadora incansável» pela igualdade e pela paz.
«É preciso ainda caminhar muito», realçou o dirigente comunista, que destacou as diversas «discriminações salariais, no trabalho e na vida» e a «muita violência contra as mulheres» que ainda perdura. «Abril está vivo», sublinhou, e as suas conquistas «estão muito vivas e enraizadas na nossa sociedade».

Integraram a comitiva, entre outras, Manuela Pinto Ângelo e Margarida Botelho, do Secretariado do Comité Central (CC), Maria Rosa Rabiais, da Comissão Central de Controlo, Fernanda Mateus e Paula Santos, da Comissão Política do CC, Mariana Silva e Heloísa Apolónia, da Comissão Executiva do PEV, a resistente antifascista Conceição Matos, a dirigente sindical Isabel Camarinha, e a activista católica Deolinda Machado.

A exposição, com curadoria de Jorge Calado, integra 67 fotografias que Maria Lamas captou, nos anos 40, da dura realidade das mulheres portuguesas no fascismo, bem como uma escultura e uma pintura que retratam a comunista, crónicas escritas na revista Modas & Bordados, diversas obras escritas pela comunista, como As mulheres do meu país que deu mote à exposição, ou por ela traduzidas, como O feiticeiro de Oz.

 



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