Deputado do PCP confronta Lagarde

No Parlamento Europeu, o deputado João Pimenta Lopes, do PCP, confrontou a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, exigindo reverter o aumento das taxas de juro, tributar mais quem mais riqueza acumula e combater as desigualdades.

Reverter o aumento das taxas de juro, tributar mais quem mais riqueza acumula, aumentar salários, combater as desigualdades


As decisões do BCE afectam milhões de famílias na União Europeia, 1,3 milhões só em Portugal, o mais atingido pela política de aumento das taxas de juro, denunciou no Parlamento Europeu João Pimenta Lopes, deputado do PCP. Lembrou que essas famílias, que viram duplicar a prestação do crédito, mas não os salários, «pagam mais de juros que pela própria casa ao mesmo tempo que assistem ao crescimento obsceno dos lucros da banca».

O deputado comunista acusou a presidente do BCE por continuar a insistir na falsa retórica de contenção salarial, que afirmou ser «encorajadora», servil aos grandes grupos económicos, para manter políticas de baixos salários e empobrecimento e para atacar a contratação colectiva. Em vez de apontar medidas aos lucros galopantes dos grandes grupos económicos, acrescentou, a presidente do BCE «opta por apertar o garrote aos trabalhadores, contribuindo para o agravamento das desigualdades e de uma mais injusta distribuição da riqueza».

Para João Pimenta Lopes, é urgente pôr termo a essa política e «reverter o aumento das taxas de juro, tributar mais quem mais riqueza acumula, aumentar salários, combater as desigualdades»

Contra as desigualdades

No dia 29, intervindo no Parlamento Europeu, Sandra Pereira, deputada do PCP, denunciou que desde 2020 as cinco pessoas mais ricas do mundo duplicaram as suas fortunas. Neste período, estas cinco pessoas fizeram uma média de 14 milhões de euros por hora. Ao mesmo tempo, quase cinco mil milhões de pessoas em todo o mundo ficaram mais pobres.

Em 2023, o risco de pobreza em Portugal encontrava-se acima dos 20 por cento, depois de contabilizadas as transferências sociais. Enquanto isso, as grandes empresas lucram 25 milhões por dia à custa da exploração e do empobrecimento dos trabalhadores.

Além de uma cada vez mais injusta distribuição da riqueza, as políticas de destruição dos serviços públicos, de desregulação do trabalho e de compressão dos salários acentuam as desigualdades.

Para Sandra Pereira, «está na hora de ter vontade política, de mudar de política e fazer frente às causas das desigualdades». Assim, defende, para uma vida melhor, combater o desemprego e promover o emprego com direitos; aumentar os salários e as pensões; regular e reduzir o horário laboral; assegurar serviços públicos universais, de qualidade e gratuitos; garantir o direito à educação; e tributar os lucros dos grandes grupos económicos.




Mais artigos de: Europa

Dois dias de greve em companhia aérea alemã

O pessoal de terra da companhia aérea alemã Lufthansa começa a partir de hoje, quinta-feira, 7, uma greve de dois dias, reinvindicando melhores salários e condições laborais, anunciou em Berlim o sindicato Verdi. De acordo com um comunicado do sindicato, os trabalhadores da Lufthansa paralizam o trabalho desde a...

As más energias da UE

Andando na rua, no contacto com a população, ouvimos as preocupações mais imediatas das pessoas. Sentimos, no último ano, a angústia com o aumento do custo de vida, com os gastos com a habitação ou com a deterioração do Serviço Nacional de Saúde. Nas últimas semanas, em várias iniciativas de campanha para as próximas...