Estudantes mobilizam-se em defesa da Escola Pública

Num abaixo-assinado dirigido ao ministro da Educação, estudantes do ensino básico e secundário de todo o País exigem o fim dos Exames Nacionais e da sobrecarga horária.

«Estamos fartos das míseras condições nas escolas»

«Agarra o que é teu», apela o Movimento «Voz aos estudantes» no texto da subscrição, onde também se reclama mais funcionários, professores, condições materiais e transportes públicos.

«Todos os dias, nas nossas escolas, somos confrontados com a falta de financiamento, a despreocupação e a desvalorização da Escola Pública, com os entraves que isso coloca aos nossos percursos escolares e vida em geral», afirmam os estudantes, alertando para a «falta de funcionários e professores», o «tempo a mais que passamos na escola sufocados por uma desumana carga horária» e as «precárias condições materiais» das instituições de ensino.

As críticas estendem-se aos «injustos exames nacionais» que «servem apenas como meio para dificultar o acesso ao Ensino Superior e para acentuar as desigualdades entre os estudantes, prejudicando a aprendizagem, a superação de dificuldades e a avaliação contínua», bem como à «falta de transportes públicos», que os obriga a acordar mais cedo para «apanhar o único autocarro que passa de manhã», a «ficar até mais tarde» na escola ou a «sair mais cedo para apanhar o último transporte».

Com este abaixo-assinado, os estudantes pretendem mostrar a sua «insatisfação» com tudo aquilo a que são «expostos» todos os dias e «vai contra os nossos direitos enquanto jovens que frequentam a Escola Pública». «Estamos fartos da desvantagem em que ficamos quando faltam professores para leccionar, das míseras condições nas escolas, da insuficiência quantitativa e qualitativa de materiais, de não ter espaços de convívio, de ter chuva que cai dentro da escola e tectos a desmoronar, do pouquíssimo tempo que temos para nós mesmos e para os nossos amigos e familiares, das ingerências externas sobre a democracia estudantil», desabafam, concluindo: «Queremos a mudança, os valores de Abril, os nossos direitos e conquistas respeitados!».




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