O problema não é de meios, é de opções

Manuel Rodrigues

O Ministério das Finanças informou na passada sexta-feira que o saldo orçamental estabilizou em Novembro de 2023 face ao mês anterior, registando uma melhoria de 172 milhões de euros em relação ao valor verificado em Outubro.

Com o saldo agora apurado o Estado registou um excedente orçamental em contabilidade pública de 6 mil 387 milhões de euros até Novembro, ou seja uma melhoria de 4 mil 306 milhões de euros face ao período homólogo do ano anterior.

Ora, entretanto, aquilo a que assistimos é a sérios problemas no Serviço Nacional de Saúde com falta de profissionais e de meios; é à falta de professores na escola pública; é a graves problemas no domínio da habitação.

É caso, então, para questionar: se há excedente orçamental, porque não contrata o Governo os profissionais que fazem falta no SNS ou os professores que fazem falta na escola pública? Porque não aumenta sigificativamente os salários dos trabalhadores da Administração Pública? Porque não cria a rede pública de creches que fazem falta ao País?

Em 2014, perante a grave situação do País (sob o impacto do Pacto de Agressão da troika), Luis Montenegro proferiu a afirmação que ficou na memória: «a vida das pessoas não está melhor mas a do País está muito melhor».

O Governo de maioria absoluta do PS não afirma tal coisa, mas, na prática, é isso mesmo que assume: tem a confortável maioria absoluta que ambicionou e enormes meios ao seu dispor, mas não os investe no combate à pobreza, que tem vindo a alastrar, nem para resolver os problemas na Saúde, na Escola Pública ou na habitação. Preocupa-se, isso sim, em exclusivo, em reduzir a dívida e o défice orçamental.

Mais uma situação a tornar evidente que, da política de direita, seja ela servida pelo PS ou pelo PSD, CDS e seus sucedâneos do Chega e IL é isto mesmo que se pode esperar…

Mais uma situação a exigir que a 10 de Março se use o voto para reforçar a CDU, para que este caminho seja revertido e se abra um outro que ponha o País a andar para a frente e a vida do povo a melhorar.




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