PCP segue para as próximas eleições com confiança e de cabeça erguida

Centenas de militantes e apoiantes do PCP participaram no comício realizado, dia 17, no Auditório Municipal de Gondomar. «Vamos para a frente, mas não é para ir encolhido, quem tem razão, quem é portador da verdade, quem luta pela elevação das condições de vida da maioria, só pode estar com confiança», salientou Paulo Raimundo.

Quem luta pela melhoria das condições de vida, só pode avançar com confiança

No comício, que se iniciou com um momento musical, o Secretário-Geral do PCP escolheu começar a sua intervenção focando os acontecimentos dos últimos dias que ditaram mudanças significativas na situação política nacional: a acção judicial em curso, a demissão do primeiro-ministro e a anunciada dissolução da Assembleia da República que, salientou, têm «razões mais profundas» e não podem ser desligadas da sua «política de falta de respostas aos problemas que os trabalhadores, as populações e o País enfrentam».

«Há um aspecto fundamental que está para além destes casos agora conhecidos», continuou: é que «não é possível combater com eficácia a corrupção e a criminalidade económico-financeira passando ao lado das suas causas fundas» e dos fundamentos de um «sistema económico assente na acumulação capitalista, por si só gerador de corrupção». Hoje comenta-se, «e bem, a promiscuidade entre o poder económico e político, as ligações directas, os favores, as ajudas, os almoços, os telefonemas, mas veja-se o escândalo das privatizações», salientou.

Como notou o dirigente comunista, as privatizações são um dos «maiores focos de corrupção associadas a crimes económicos e o grande centro das negociatas». No entanto, «para este combate, para enfrentar esta expressão dos grandes interesses, nenhum partido da política de direita está disponível e sabemos porquê».

Orçamento para 2024 serve à direita
«Este é momento de relembrar a conversa do dito Orçamento mais à esquerda de sempre, de relembrar a chantagem, a pressão, o choradinho do PS que, com apoio do Presidente da República, há dois anos nos levaram a eleições antecipadas», recordou o Secretário-Geral, para quem, desde então, o PS «não só não foi um obstáculo da política de direita como foi, por sua opção, o seu fiel protagonista.

Ora, acrescentou Paulo Raimundo, o PS «não só não fez frente às forças reaccionárias como, numa visão oportunista e perigosa, em nome do dito combate retórico, deu-lhes e dá-lhes palco e ainda mais tempo de antena». Foi ainda pela mão do PS, do seu Governo e da sua maioria absoluta, que se desenvolveu uma política «ao serviço dos grupos económicos», que convergiu com «posições que PSD, CDS, Chega e IL defendem, por mais que, uns e outros, tentem cinicamente disfarçar». E é, segundo Paulo Raimundo, na acumulação de lucros por parte das grandes empresas e nas crescentes dificuldades para a larga maioria que essa convergência está a resultar.

«Hora de mudar de política»
«É hora de mudar de política. É mesmo hora de mudar de caminho, mudar para as soluções e as respostas necessárias. É hora de a política se colocar ao serviço dos trabalhadores, do povo e do País e não, como até aqui tem acontecido, andar ao sabor dos interesses, dos lucros e da riqueza dos grupos económicos. É hora de uma vez por todas responder à crise da vida de todos os dias que aí está e não começou na passada semana», afiançou.

«Estão marcadas eleições, vamos a elas. É uma oportunidade para reforçar o PCP e a CDU», clamou o dirigente, acrescentando que «podem antecipar todos os cenários possíveis e imaginários, mas o que determinará o dia a seguir às eleições é a força que o PCP e a CDU tiverem, são os deputados que o PCP e a CDU elegerem», pois hoje «cada vez mais gente já percebeu – e por experiência própria – que quando o PCP e a CDU avançam isso contribui para que a vida de cada um ande para a frente».

Antecipando as operações de sondagens e de profunda bipolarização que marcarão a batalha eleitoral (e de certo modo já a marcam), o Secretário-Geral do PCP garante que aquilo que está em confronto no dia 10 de Março é a política que «abre as portas aos 25 milhões por dia de lucros dos grupos económicos» e a «alternativa pelo aumento dos salários para todos os trabalhadores»; entre a política que «anima os 12 milhões de euros de lucros por dia da banca» e a «alternativa para os milhões que estão cada vez mais apertados»; quem entrega «oito mil milhões de euros públicos para o negócio da doença» e entre quem quer o «reforço o SNS». No fundo, concluiu, a disputa entre a política ao serviço dos «cinco por cento mais ricos que concentram 42 por cento da riqueza criada» e a alternativa que pretende «responder ao drama dos mais de dois milhões que estão na pobreza, entre os quais 345 mil são crianças».

Reforçar o Partido, resolver problemas
Antes de Paulo Raimundo, tinha usado da palavra Cristina Coelho, da Comissão Concelhia de Gondomar e vereadora da CDU naquela Câmara Municipal. No comício, em que também participaram Jaime Toga, da Comissão Política do Comité Central, e Margarida Botelho, do Secretariado, aquela dirigente aproveitou para abordar alguns dos aspectos do património de intervenção institucional dos eleitos da CDU. Entre dezenas de questões, pedidos de esclarecimento e requerimentos não há um assunto que passe pelos órgãos autárquicos de Gondomar que não receba a atenção dos eleitos da CDU.

Também Afonso Sabença, da Direcção da Organização Regional do Porto do PCP, abordou as necessidade de reforço do Partido, do recrutamento e responsabilização de novos militantes, a importância de procurar novas formas de intervir e organizar.

Já Alfredo Maia, deputado do PCP na Assembleia da República, realçou que a resolução dos problemas do povo e dos trabalhadores não pode esperar pelas eleições de 10 de Março. Foi por essa razão que os comunistas apresentaram cerca de 488 propostas de alteração à proposta de Orçamento para 2024.

 



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