Nas ruas do País no dia 16 pela defesa e reforço do SNS

«Vem defender o Serviço Nacional de Saúde» é o apelo lançado pela CGTP-IN para a jornada nacional de defesa e reforço do SNS, marcada para 16 de Setembro em vários pontos do País. «Participa e mobiliza outros», acrescenta-se.

Só o SNS garante o direito universal à saúde

Convocada pela central sindical, a jornada tem vindo a recolher apoios e adesões de outras estruturas sindicais e associativas, de profissionais de saúde e de utentes, que se revêem nos seus objectivos, expressos aliás no lema: a defesa e o reforço do Serviço Nacional de Saúde «público, universal e gratuito».

Para a CGTP-IN, não restam dúvidas de que «não é no sector privado que está a solução para o direito à protecção da saúde dos portugueses: é no SNS». É ele que garante o «acesso universal à generalidade dos cuidados de saúde, independentemente das condições económicas de cada um, premissas essenciais à qualidade de vida da população e ao desenvolvimento do País», sublinha.

Registando as dificuldades com que sobrevivem hoje os centros de saúde e os hospitais públicos, a CGTP-IN salienta que é o SNS que «garante a generalidade dos cuidados de saúde, com impacto, nomeadamente, na redução da mortalidade infantil, na elevada cobertura vacinal e nos tratamentos inovadores». Os grupos económicos constroem grandes unidades «a contar com o dinheiro de todos», mas quando é mesmo preciso, garante a Intersindical, a resposta tem de ser encontrada no SNS. A epidemia de COVID-19 é disto exemplo, recorda.

O apelo está lançado – a todos os trabalhadores, aos profissionais de saúde, às populações em geral – para a defesa deste «importante direito de Abril que a nossa Constituição consagra». Sábado, 16 de Setembro, «trabalhadores, reformados e pensionistas e outras camadas da população, comissões de utentes e todas as outras associações e organizações devem trazer para a rua as suas necessidades, os seus problemas, as suas reivindicações». No âmbito desta jornada estão já marcadas acções em mais de duas dezenas de localidades, entre manifestações, desfiles, concentrações e tribunas públicas (ver caixa).

Privado é só de alguns

No folheto de mobilização para a jornada, a Intersindical denuncia o «intenso ataque» que há muito vem sendo desferido contra o Serviço Nacional de Saúde. Décadas de política de direita, que o actual Governo mantém nas suas opções, traduzem-se no «desinvestimento e subfinanciamento do SNS, na falta de valorização dos seus profissionais, nas carências de equipamentos e em falhas na resposta aos utentes», tanto nos cuidados de saúde primários como nas longas listas de espera para consultas, exames, tratamentos e cirurgias.

A ganhar, denuncia-se, ficam apenas os grupos privados do sector, «para onde vai quase metade do Orçamento do Estado para a saúde, para promover o negócio da doença, pagando serviços que o SNS poderia e deveria assegurar». Aliás, lê-se ainda no folheto, compete ao Estado gerir e garantir o Serviço Nacional de Saúde.

Só pública a Saúde será para todos

Serão muitas as reivindicações expressas nas acções de dia 16, tão vasto e violento é o ataque em curso contra o Serviço Nacional de Saúde: umas terão carácter geral, outras expressarão necessidades sentidas pelas populações de uma determinada região, concelho ou freguesia.

A contratação de mais profissionais (médicos, enfermeiros, técnicos), a passagem a efectivos de milhares de trabalhadores com vínculos precários, a valorização das carreiras e o afastamento das empresas de trabalho temporário surgem como questões essenciais, pelo que permitiriam de melhoria de resposta às necessidades da população, desde logo a atribuição a todos os utentes de médico e enfermeiro de família.

Eliminar as taxas moderadoras, reforçar o financiamento público do SNS, impedir o encerramento de serviços, pôr fim às Parcerias Público-Privado e à contratação de serviços privados, rentabilizando e capacitando os meios próprios do SNS, são outras exigências há muito reivindicadas pela CGTP-IN.

Outra necessidade prende-se com a dotação das instituições do SNS com os meios e equipamentos necessários ao cumprimento das suas funções. Alargar a rede de cuidados continuados integrados e paliativos, internalizar os meios complementares de diagnóstico e reforçar a capacidade ao nível da saúde oral, saúde visual, saúde infantil e juvenil e saúde mental.


Mais de vinte acções

Estão confirmadas para 16 de Setembro iniciativas de rua em mais de duas dezenas de localidades, dinamizadas pelas estruturas da CGTP-IN: manifestações, desfiles, concentrações e tribunas públicas.

  • AVEIRO 15h00 Concentração em Santa Maria da Feira, junto ao Hospital de São Sebastião, seguida de manifestação e tribuna pública

  • BEJA 10h00 Marcha do Centro de Saúde de Beja até ao Hospital José Joaquim Fernandes

  • BRAGA 15h00 Desfile da Praça da República até àAdministração Regional da Saúde(Largo Paulo Osório)

  • BRAGANÇA 10h00 Concentração na Praça Cavaleiro Ferreira

  • CASTELO BRANCO 10h00 Concentração junto ao Hospital da Covilhã

  • COIMBRA 10h30 Desfile da Av. Fernão de Magalhães (Praça da Princesa Cindazunda) até à Praça 8 de Maio

  • ÉVORA 10h00 Concentração no Largo de Camões edesfile para a ARS

  • FARO 10h00 Desfile do Mercado Municipal até à ARS

  • GUARDA 10h30 Tribuna pública em Seia (Largo Marques da Silva); 15h00 Cordão humano na Guarda (Alameda de Santo André)

  • LISBOA 14h30 Manifestação da Av. Fontes Pereira de Melo (junto ao Hotel Sana) para o Saldanha

  • PORTALEGRE 10h00 Tribuna pública no Rossio emarcha até ao hospital

  • PORTO 10h00 Concentração em Campanhã (junto ao Centro de Saúde de Azevedo); 10h00 Concentração em Vila Nova de Gaia (Centro de Saúde do Lever); 11h00 Concentração em Vila do Conde (Praça de S. João); 15h00 Concentração em Amarante (Largo do Arquinho)

  • SETÚBAL 10h30 Manifestação em Santiago do Cacém, da estação rodoviária para os Paços do Concelho; 15h00 Manifestação em Setúbal, do Hospital de São Bernardo para o Jardim do Bonfim

  • VIANA DO CASTELO 11h00 Concentração na Praça 1.º de Maio

  • VILA REAL 9h30 Concentração em Vila Real, junto ao Mercado Municipal; 9h30 Concentração em Chaves(Largo do Jardim das Freiras)

  • VISEU 10h30 Concentração junto ao ACES Dão Lafões e manifestação até ao Rossio



Mais artigos de: Nacional

Governo PS insiste na mercantilização da Cultura

A nova reestruturação da Direcção Geral do Património Cultural (DGPC) segue uma linha, iniciada há muito, de mercantilização, liberalização e privatização da Cultura e do Património, à qual o PCP se opõe.

CDU quer inverter destruição de escolas na Madeira

A CDU iniciou no Curral das Freiras uma campanha para denunciar as consequências do encerramento de escolas na Região Autónoma da Madeira (RAM). Em vários locais foi colocada uma placa que afirma: «Escolas abandonadas = retrocesso no desenvolvimento». Naquela freguesia de Câmara de Lobos,...