Jornadas: palmilhar o presente, construir o futuro

João Pimenta Lopes

Foi em Se­tembro do ano pas­sado que os de­pu­tados do PCP no Par­la­mento Eu­ropeu lan­çaram as jor­nadas de tra­balho sob o lema «Con­tigo todos os dias – A tua voz no Par­la­mento Eu­ropeu». Uma linha de tra­balho, con­fir­mada na Con­fe­rência Na­ci­onal, que visou per­correr todos os dis­tritos do País e re­giões au­tó­nomas, dando con­ti­nui­dade a uma prá­tica de há muito, de pro­funda li­gação à re­a­li­dade con­creta, indo ao en­contro dos tra­ba­lha­dores, das po­pu­la­ções, de múl­ti­plas en­ti­dades e si­tu­a­ções, co­nhe­cendo pro­blemas e an­seios, cons­truindo so­lu­ções para lhes res­ponder, pro­jec­tando uns e ou­tras na in­ter­venção ins­ti­tu­ci­onal no Par­la­mento Eu­ropeu.

Às jor­nadas, que terão per­cor­rido todos os dis­tritos e re­giões au­tó­nomas no final de Ou­tubro pró­ximo, não se lhes deve pro­pri­a­mente as­si­nalar um prin­cípio e um fim. Trata-se do in­ten­si­ficar e ge­ne­ra­lizar de prá­ticas há muito im­ple­men­tadas, de forma mais es­tru­tu­rada, en­vol­vendo e mo­bi­li­zando si­mul­ta­ne­a­mente as or­ga­ni­za­ções re­gi­o­nais e lo­cais, cha­madas a propor, or­ga­nizar e con­cre­tizar o pro­grama e, também, a pro­longar, in­ten­si­fi­cando-o, o con­tacto di­recto com os tra­ba­lha­dores e as po­pu­la­ções para lá das jor­nadas.

Quer-se pro­jectar o Par­tido para fora, buscar formas de in­ter­venção que que­brem ro­tinas, criem raízes, fo­mentam a con­versa di­recta. Ouvir para ser a «voz no Par­la­mento Eu­ropeu». De­zenas de mi­lhares de fo­lhetos en­tre­gues, pre­texto para mi­lhares de in­te­ra­ções e con­versas, de que res­salta a ob­ser­vação de que a brutal cam­panha me­diá­tica de imensa acidez e ani­mo­si­dade contra o Par­tido não tem o re­flexo di­recto no con­junto dos con­tactos que os seus pro­mo­tores de­se­ja­riam.

Na es­ma­ga­dora mai­oria dos casos, pe­rante um ques­ti­o­na­mento ou afir­mação sim­ples, sobre a ma­greza dos sa­lá­rios, a du­reza do tra­balho, a de­gra­dação dos ser­viços pú­blicos ou ou­tras di­fi­cul­dades da vida, cria-se pro­xi­mi­dade, quebra-se o gelo da des­con­fi­ança que a imensa cam­panha ide­o­ló­gica em curso pro­cura apor a todos os «po­lí­ticos». Há dis­po­ni­bi­li­dade, há re­cep­ti­vi­dade, assim haja o ar­rojo de ir à fala, in­ten­si­fi­cando prá­ticas de con­tacto.

Foi sobre os pro­blemas con­cretos que fluíram esses mi­lhares de con­versas. Os baixos sa­lá­rios e pen­sões, o au­mento do custo de vida, os pro­blemas no SNS, as graves di­fi­cul­dades com a ha­bi­tação (que neste pe­ríodo sen­timos cada vez mais pre­sentes), são al­guns dos pro­blemas mais fre­quentes. As con­versas, ne­ces­sá­rias, es­sen­ciais, per­mitem as­si­nalar os pro­blemas, pos­si­bi­li­tando, como ne­nhum te­le­jornal fará, afirmar a pro­posta do Par­tido, es­cla­recer, des­cons­truir mis­ti­fi­ca­ções e men­tiras, com­bater si­mul­ta­ne­a­mente o con­for­mismo, o de­sa­lento, mos­trando que há outro ca­minho, que há ou­tras po­lí­ticas e que será, no fu­turo que se avi­zinha, no re­forço do PCP e da CDU que se pro­jec­tará a me­lhoria das con­di­ções de vida dos por­tu­gueses.




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