João Pimenta Lopes, deputado do Partido Comunista Português, intervindo numa sessão plenária do Parlamento Europeu, na semana passada, defendeu uma política fiscal mais justa para combater as desigualdades.

«Nos milhares de contactos que temos feito em Portugal, é evidente o agravamento das condições de vida das pessoas. É o dinheiro que não estica para pagar a prestação da casa, a renda da luz, a conta do supermercado», começou por afirmar.

Lembrou depois que, segundo dados da própria União Europeia, estima-se que a pobreza e privação social tenha aumentado em cinco pontos percentuais por conta da inflação. Simultaneamente, «os grandes grupos económicos aproveitam a inflação para aumentar lucros e ainda beneficiam de regimes de isenção fiscal ou de benesses sobre esses lucros».

De acordo com João Pimenta Lopes, a União Europeia contribui para essas políticas que agravam a injustiça e falta de progressividade fiscal, ao mesmo tempo que insiste na subida das subidas das taxas de juro, ditadas pelo Banco Central Europeu (BCE), que atacam ainda mais o rendimento dos trabalhadores e do povo, criando dificuldades ao financiamento das micro, pequenas e médias empresas e de Estados e favorecendo o grande capital financeiro.

O que se impõe, disse o deputado comunista português no Parlamento Europeu, é travar e reverter a subida das taxas de juro, a par de uma política fiscal mais justa, progressiva, que entre outros aspectos tribute menos o trabalho, e uma efectiva tributação dos lucros realizados pondo fim a isenções e benefícios fiscais ao capital financeiro.