Dar uma oportunidade à paz hoje, amanhã e sábado
Realizam-se, entre hoje e sábado, cinco iniciativas públicas em defesa da paz, contra o militarismo e a guerra. Ao apelo lançado pelo CPPC responderam várias organizações e personalidades.
«Parar a guerra! Dar uma oportunidade à paz!»
A primeira das concentrações tem lugar hoje, no Porto, e está marcada para as 18h00 na Praceta da Palestina, junto ao cruzamento da Rua Fernandes Tomás com a Rua do Bolhão. Amanhã realizam-se outras duas acções: em Coimbra, às 17h30, há um desfile com início na Praça da Portagem; e em Faro, às 21h30, uma sessão cultural pela paz no Jardim Catarina Eufémia. As duas últimas têm lugar no sábado, 17: no Funchal, às 10h30, no Mercado dos Lavradores; e em Lisboa, às 15h00, há um desfile com início no Largo Camões.
No texto que serve de apelo à mobilização para as iniciativas estão expressas as reivindicações centrais. Entre elas, constam o fim da confrontação, da guerra, da escalada belicista e das sanções, a aposta na diplomacia e da solução pacífica dos conflitos, o respeito por princípios consagrados na Carta das Nações Unidas e na Acta Final da Conferência de Helsínquia, a promoção da solidariedade e da amizade entre os povos. Do Governo português reclama-se, concretamente, o cumprimento da Constituição da República Portuguesa.
O apelo, lançado há mais de um mês pelo CPPC, juntaram-se entretanto mais de 20 organizações das mais variadas áreas de intervenção.
Vozes pela paz
Na última semana, diversas personalidades partilharam as razões que os levaram a aderir a estas iniciativas. A actriz e encenadora Maria João Luís foi uma delas, afirmando que a guerra é demonstrativa «da estupidez, da ganância e da cobardia». Também actriz, Joana Figueira refere que a solução «sempre foi e será promover a cooperação e a solidariedade entre os povos do mundo».
O músico brasileiro a residir em Portugal, Luca Argel, realça que «o negócio da guerra precisa parar, o lucro de poucos não pode estar acima da vida de muitos». Na mesma linha, o também músico Luís Galrito, sublinha que «as guerras só existem porque são lucrativas para alguém, menos para os povos que as pagam com as suas vidas».
Inês Coutinho, que no meio da música electrónica é conhecida por Violet, defende o desarmamento e o fim das alianças militares. O poeta e também músico Maze, pseudónimo de André Neves, realça que «um mundo semeado de paz é o solo fértil onde a cultura pode florescer». Mitó Mendes, igualmente música, é clara ao salientar que «nenhum conflito termina sem pontes e diálogos», pelo que defende o imediato início das conversações.
Alguns dos testemunhos, publicados nas redes sociais do CPPC, vêm de representantes das organizações que aderem às iniciativas: das associações de estudantes da FCSH-UNL, FD-UNL e FL-UL, pelas vozes de Mafalda Borges, Luís Miranda e Mariana Metelo, e da CGTP-IN. A Secretária-geral, Isabel Camarinha, para quem a «escalada armamentista a que assistimos, e as sanções, estão a afectar violentamente» as condições de vida de quem trabalha.