Dia de luta contra o racismo e a xenofobia em Portugal

No sábado, 10 de Junho, centenas de pessoas participaram numa acção de luta e de homenagem às vítimas de racismo e xenofobia em Portugal. Organizado pela Frente Anti-Racista, o desfile iniciou-se na rua Garrett (onde a 10 de Junho de 1995 o jovem Alcindo Monteiro foi brutalmente assassinado por um grupo de nazi-fascistas) e terminou no largo do Carmo. Além de Alcindo Monteiro, o momento serviu para recordar outras vítimas mortais de crimes de ódio, nomeadamente Bruno Candé, Giovani Rodrigues, Wilson Neto, Ihor Homeniuk, António Pereira (Xuati), Elson Sanches (Kuku), Musso.

«Contra a discriminação, cumprir a Constituição», «racismo em Portugal, vergonha nacional» e «contra a discriminação, paz, pão e habitação» foram algumas das palavras de ordem entoadas durante o percurso.

A iniciativa contou com a presença de Duarte Alves, deputado do PCP na Assembleia da República, que, citado pela Lusa, salientou que a luta antirracista, assim como todas as formas de discriminação, «deve mobilizar toda a sociedade». «Deve haver um combate claro ao racismo e à xenofobia. Isso deve ser assumido por parte das diferentes instituições do Estado e também do ponto de vista da prevenção, da educação, da formação», disse o deputado comunista, acrescentando que «continuam a existir formas de racismo, de xenofobia no trabalho», já que «muitas vezes imigrantes continuam a ser expostos a formas de discriminação, de subexploração».

No apelo à manifestação – subscrito por mais de 30 organizações – afirma-se que «o racismo e a xenofobia, sendo uma das expressões intrínsecas à natureza do capitalismo, é usado como arma de dominação, opressão e violência sistemática em diversos contextos sociais».

«Os baixos salários, o aumento do custo de vida, os problemas no acesso à habitação, a precariedade no trabalho, o desinvestimento nos serviços públicos, em particular na saúde, na educação, nos transportes públicos, que afectam a generalidade da população portuguesa, tem um maior impacto junto de pessoas negras, ciganas, imigrantes e refugiados, pois, aos problemas identificados, somam-se ações de discriminação e exclusão em confronto com valores e princípios democráticos e com a própria Constituição da República Portuguesa», refere o documento.

 



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