A tensão subiu no território do Kosovo, ocupado por forças da NATO, quando a polícia albano-kosovar reprimiu manifestantes de origem sérvia, com apoio da KFOR. Esta força é integrada e comandada por tropas da NATO e foi instalada no Kosovo após o fim dos bombardeamentos perpetrados por este bloco político-militar em 1999, afrontando os princípios da Carta da ONU e o direito internacional, contra a então Jugoslávia.

Recentemente, apesar do boicote anunciado pela população de origem sérvia, o poder sediado em Pristiana decidiu organizar eleições municipais em pelo menos quatro municípios do norte do território, incluindo Mitrovica, não cumprindo com os acordos estabelecidos que visam salvaguardar direitos da população sérvia. Embora a participação eleitoral não tenha chegado aos quatro por cento, Pristina considerou válida a votação, em que «venceram», sem qualquer oposição, candidatos albano-kosovares para dirigir autarquias em áreas habitadas maioritariamente por populações de origem sérvia.

A polícia kosovar tentou ocupar as sedes dos quatro municípios, perante protestos populares, que foram reprimidos com recurso à utilização de gás lacrimogéneo e granadas de atordoamento. Pelo menos 50 sérvios ficaram feridos nos confrontos com a polícia kosovar e a KFOR, que decidiu reforçar a sua presença com mais um batalhão.

Face a esta crise, a Sérvia avisou que defenderá os seus compatriotas, ordenou o estado de alerta máximo do exército e transferiu tropas para zonas próximas do norte do Kosovo. Repetem-se, ao mesmo tempo, apelos internacionais à calma e à resolução pacífica do diferendo no Kosovo, que Belgrado continua a considerar como uma sua província Sérvia.