Jornada nacional de luta contra o aumento do custo de vida
«Os Mesmos de Sempre a Pagar» vão sair à rua no dia 3 de Junho, um pouco por todo o País, contra o aumento do custo de vida. Em Lisboa tem lugar um desfile entre a Praça da Figueira e o Largo do Intendente, às 15h00.
Há cada vez mais jovens a entregar a casa ao banco
Está também anunciada uma tribuna pública em Castelo Branco, às 18h00, nas Docas. «A vida continua a ficar mais cara, os preços continuam a subir todos os dias e os salários, as pensões e reformas não acompanham o brutal aumento do custo de vida. Sobra cada vez mais mês para tão pouco salário», afirma o movimento num manifesto intitulado «A crise aumenta e o povo não aguenta!», onde se acusa o Governo de não ter «vontade de inverter este rumo».
«Baixaram os impostos nos combustíveis e quem ganhou foram as petrolíferas. O IVA zero, como já se sabia, significa zero efeito nos preços. A grande distribuição continua a acumular lucros fabulosos à custa de quem vive do seu trabalho ou da sua reforma», ilustra o documento.
Para combater «o brutal aumento do custo de vida» exige-se a fixação dos preços nos bens alimentares; o aumento geral dos salários, das reformas e pensões; que os lucros das grandes empresas financiem um fundo de combate à crise; que a energia seja tributada a 6 por cento de IVA e não a 23 por cento e a 15 por cento; a defesa dos pequenos comerciantes para manterem os negócios abertos.
No sábado, 13, tiveram lugar acções na Amadora e Oliveira de Azeméis. No início do mês, por ocasião da iniciativa «Governo mais próximo» em Braga, o movimento promoveu um ruidoso buzinão.
Garantir o direito à habitação
Uma das reivindicações de «Os Mesmos de Sempre a Pagar» é que a Caixa Geral de Depósitos, sendo um banco público, assuma desde já a redução do spread para 0,25 por cento de modo a compensar o aumento da Euribor. Para estes, é necessário controlar e tabelar as rendas e garantir que o direito constitucional a uma habitação digna tenha expressão na realidade, através de mais investimento público e intervenção do Estado no mercado da habitação, no sentido de exponenciar a oferta de habitação pública com preços acessíveis.
Segundo o movimento, há cada vez mais jovens a entregar a casa ao banco ao mesmo tempo que os cinco maiores aumentaram lucros em mil milhões e dispensaram 635 trabalhadores em 2022. Recentemente, o BPI anunciou lucros consolidados de 85 milhões de euros no primeiro trimestre de 2023, mais 75 por cento que nos primeiros três meses do ano passado.