Confronto militar continua no Sudão mais de um mês após início do conflito
No Sudão, mais de um mês depois do deflagrar do conflito armado entre forças do exército e milícias, a guerra prossegue, sobretudo na zona de Cartum e na região de Darfur.
Organizações médicas locais estimam que, desde 15 de Abril, quando começaram as hostilidades, tenham morrido 822 civis e ficado feridos cerca de 3200. A guerra já provocou, além da destruição de infra-estruturas civis, centenas de milhares de deslocados no Sudão e de refugiados nos países vizinhos.
Na terça-feira, 16, os dois lados acusaram-se mutuamente da autoria de assaltos a diversas embaixadas na capital. Foram atacadas as representações diplomáticas da Arábia Saudita, Jordânia, Sudão do Sul, Somália e Kwait, com destruição de documentos, o saque de viaturas e o incêndio de edifícios.
Foram divulgados no mesmo dia relatos de violentos combates em Cartum e nas cidades vizinhas de Bahri e Omdurman, com a utilização de artilharia e aviação. Segundo meios de informação sudaneses, os milicianos das Forças de Intervenção Rápida (FIR) controlam instituições vitais como o aeroporto, a universidade e o palácio da República, tendo expulsado civis de algumas residências.
Tudo isto apesar da trégua assinada no dia 12 entre representantes dos dois generais beligerantes – Abdelfattah al-Buran, chefe do exército e do Conselho Soberano de Transição, e Mohamed Hamdan Dagalo, vice-presidente daquele órgão e líder das FIR –, com mediação internacional, na cidade saudita de Jeddah, onde foi acordado um cessar-fogo e a criação de corredores humanitários para evacuar civis, assim como a protecção dos hospitais.