Reivindicações nas transportadoras ficaram no primeiro-ministro

Depois de reconhecer que a inflação se combate com o aumento de salários, o primeiro-ministro deve promover as negociações exigidas pelos trabalhadores de várias empresas públicas de transportes.

A valorização dos salários e das profissões vai melhorar o serviço público

Mais de duas dezenas de estruturas sindicais – entre as quais, a Fectrans, a FNSTFPS e os seus sindicatos, da CGTP-IN – e as comissões de trabalhadores da CP, da Infra-estruturas de Portugal e do Metropolitano de Lisboa realizaram uma concentração, no dia 5, na Praça Luís de Camões, pela valorização dos salários e das profissões e pela melhoria do serviço público.

Foi decidido dirigir ao primeiro-ministro as reivindicações já apresentadas nas empresas, notando que este deve ser «coerente» com as afirmações que produziu sobre a necessidade de combater a inflação com aumentos salariais e sobre o desajustamento dos pressupostos em que assentaram as negociações salariais no sector empresarial do Estado.

Numa resolução aprovada durante a concentração e, logo em seguida, levada em manifestação até à residência do chefe do Governo, reclama-se a reabertura dos processos de negociação, na CP, no Grupo IP, na Transtejo e na Soflusa, e a continuação, no Metro, «com vista à valorização dos salários, que reponha o poder de compra e que valorize as profissões, que cada vez são mais de salário mínimo nacional».

Do primeiro-ministro foi também exigido que diligencie para que se realize uma reunião das organizações representativas dos trabalhadores com os ministros das Finanças, das Infra-estruturas e do Ambiente. É que, nas propostas apresentadas pelas administrações das empresa, «elaboradas segundo as orientações do Governo», os sindicatos e as CT não vêem «nenhum interesse na reposição do poder de compra ou na sua valorização [dos trabalhadores]».

Para «analisar o desenvolvimento dos processos em cada empresa e decidir novas acções comuns», as mesmas estruturas representativas deixaram já marcada para amanhã, dia 14, uma reunião de dirigentes e delegados sindicais e membros das CT.

 

Greves na Carris

Foi «uma pedrada no charco da estagnação e da resignação», considerou o Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes Rodoviários e Urbanos de Portugal, a propósito da série de greves parciais, às primeiras e últimas duas horas de cada dia de trabalho, entre 3 e 7 de Abril, na Carris.

Num comunicado de dia 11, o STRUP saudou «os trabalhadores que, com grande coragem e sentido de responsabilidade», fizeram greve «pela defesa da nossa dignidade, contra a subjugação e a capitulação aos interesses instalados».

A administração acordou com outros sindicatos, a 15 de Março, uma actualização salarial de 70 euros, mas o sindicato da Fectrans/CGTP-IN não aceitou. No dia seguinte, em plenário fortemente participado, foi decidido avançar para as greves parciais durante uma semana.

«Estaremos na retoma do processo negocial, que se prevê para breve», afirmou agora o STRUP, assegurando aos trabalhadores: «contem connosco para avançar nos salários e nos direitos e não para recuar».

 



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