Centenas de dirigentes, delegados e activistas do movimento sindical unitário encheram por completo o salão da histórica colectividade lisboeta A Voz do Operário, onde à entrada se lê, significativamente, «Trabalhadores, uni-vos!». E foi em unidade que apreciaram e saudaram as lutas convergentes realizadas nos últimos meses, com destaque para a grande manifestação de 18 de Março, e apontaram os caminhos de intervenção para o futuro próximo.

Entre as decisões ali assumidas, destaca-se a mobilização «de toda a estrutura sindical para intensificar a acção reivindicativa nas empresas, locais de trabalho e serviços, afirmando a liberdade sindical e o exercício dos direitos sindicais na sua plenitude, defendendo os direitos e intensificando a luta pelas respostas imediatas ao agravamento da situação por via do brutal aumento do custo de vida». De entre essas medidas, a resolução do plenário destaca o aumento imediato dos salários e das pensões, a fixação de limites máximos nos preços dos bens e serviços essenciais e a taxação extraordinária sobre os lucros colossais das grandes empresas.

Decidido foi, também, o reforço da «acção sindical integrada a partir dos locais de trabalho», sindicalizando e elegendo delegados sindicais e representantes dos trabalhadores para a segurança e saúde no trabalho. São ainda prioridades a dinamização e participação nas comemorações populares do 25 de Abril e a preparação do 1.º de Maio, que este ano terá como lema «Mais salários, mais direitos, melhores pensões. Contra o aumento do custo de vida, combater a exploração». O objectivo, lê-se na resolução, é «construir uma grandiosa jornada de luta nacional de todos os trabalhadores, em todos os distritos do Continente e nas Regiões Autónomas».

Apela-se ainda ao envolvimento de toda a estrutura sindical na preparação do XV Congresso da CGTP-IN, que se realizará nos dias 24 e 25 de Fevereiro do próximo ano no Seixal.

Exigências e bandeiras

Entre as reivindicações reafirmadas no Plenário de Sindicatos da CGTP-IN destacam-se:

• aumento dos salários em, pelo menos, 10% e não inferior a 100 euros, para todos os trabalhadores;

• valorização das carreiras e profissões;

• fixação dos 850 euros para o salário mínimo nacional com referência a Janeiro de 2023;

• efectivação do direito de contratação colectiva;

• 35 horas para todos e combate à desregulação dos horários;

• erradicação da precariedade;

• revogação das normas gravosas da legislação laboral;

• aumento de todas as pensões e reformas, que reponha o poder de compra e assegure a sua valorização;

• reforço dos serviços públicos e funções sociais do Estado;

• garantia do direito à habitação.