Parlamento saúda centenário de Alda Nogueira
O Parlamento prestou homenagem à militante comunista e antiga deputada à Constituinte Maria Alda Nogueira, assinalando a passagem do centenário do seu nascimento com uma cerimónia no Palácio de S. Bento e com a aprovação, por unanimidade, no dia 24, de um voto de saudação.
Apresentado pelo presidente da AR, Augusto Santos Silva, o voto lembra que Alda Nogueira «foi a primeira mulher em Portugal a ser condenada por motivos políticos à pesada pena de oito anos (passaria, na realidade, nove anos e três meses na prisão)», definindo-a como «resistente antifascista, mulher de Abril» e «uma das insignes parlamentares do regime democrático».
Evocando a figura da destacada dirigente comunista, a presidente do Grupo Parlamentar do PCP, Paula Santos, recordou na ocasião que «desde cedo abraçou a luta contra o fascismo, pela liberdade e pela democracia, pela igualdade, emancipação social e paz», sublinhando também o seu «percurso ímpar de enorme riqueza, de muito sacrifício e abnegação».
Na véspera, 23, no Claustro do Palácio de S. Bento, o acto de homenagem contou com a participação do presidente do Parlamento e do Secretário-geral do PCP, tendo ambos usado da palavra. Presente esteve também Jerónimo de Sousa.
Depois de realçar o significado e valor da opção tomada por Alda Nogueira no sentido de «abraçar a causa dos trabalhadores e do povo», Paulo Raimundo referiu-se à sua acção como «construtora de Abril», exaltando nomeadamente o seu contributo para a «defesa e cumprimento na vida de todos os dias da Constituição da República», nomeadamente no que respeita à «igualdade de direitos da mulher».