Utentes exigem em Setúbal a valorização do SNS

No dia 15 de Fevereiro, a visita do ministro da Saúde ao Hospital de São Bernardo, cujas obras de ampliação tardam a acontecer, ficou marcada por uma concentração de utentes em defesa do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

42 mil utentes sem médico de família em Setúbal

A deslocação do ministro Manuel Pizarro – depois de ter reunido com os presidentes das câmaras municipais de Setúbal (André Martins), Palmela (Álvaro Amaro) e Sesimbra (Francisco Jesus) e visitado as instalações – serviu para anunciar que a construção de um novo edifício do Hospital de São Bernardo, principal unidade de saúde do Centro Hospitalar de Setúbal, vai arrancar em Março.

Mas este não é o principal problema. Para a Comissão de Utentes dos Serviços Públicos do Concelho de Setúbal, que promoveu o protesto, urge contratar mais profissionais de saúde: médicos, enfermeiros, técnicos de diagnóstico e terapêutica, assistentes técnicos e auxiliares de acção médica. Na qualidade de porta-voz dos autarcas eleitos nas listas da CDU, André Martins também instou o Governo a tomar medidas para incentivar os profissionais a optarem por trabalhar no SNS.

É também necessário que todos os utentes tenham médico de família; valorizar os centros de saúde e os profissionais de saúde; uma resposta efectiva aos problemas que se passam no concelho de Setúbal e na Península.

Presente nesta acção, a CDU manifestou solidariedade com a luta e alertou «para a necessidade de uma resposta séria que valorize o SNS e garanta o acesso universal a cuidados de saúde em Setúbal, em cumprimento da Constituição da República Portuguesa».

Acções em todo o País
No dia 10 de Fevereiro, dezenas de pessoas concentraram-se junto à Extensão de Saúde do Ramalhal para exigir mais médicos de família. Esta vigília, promovida pela CDU, contou com a presença de Patrícia Mendes, eleita na Assembleia de Freguesia do Ramalhal, e de Francisco Corvelo, eleito na Assembleia Municipal de Torres Vedras. Em comunicado, a CDU lembra que mais de dois mil utentes da Freguesia do Ramalhal encontram-se sem médico de família, ou seja, mais de metade da população.

Dois dias mais tarde, foi a vez de a população de A-dos-Cunhados sair à rua, com a mesma reivindicação: a contratação de médicos de família. Aqui, cerca de 10 mil utentes não têm médico de família. Depois da concentração junto à Extensão de Saúde, a população marchou até à Junta de Freguesia, ocupando as ruas da localidade e gritando palavras de ordem pelos seus direitos. A CDU anunciou entretanto que vai lançar um abaixo-assinado para fazer chegar ao Governo o descontentamento da população. Nesta acção estiveram presentes Francisco Corvelo e Fernando Guerra, eleito na Assembleia de Freguesia.

A falta de médicos levou ainda a população de Ourém a manifestar-se, no passado dia 13. Segundo dados revelados, existem neste concelho 15 mil utentes sem médico de família, um problema que poderá se agravar com a inclusão de Ourém na futura Unidade Local de Saúde (ULS) de Leiria.

No dia 28 de Janeiro, cerca de 300 utentes do concelho de Vila Franca de Xirarealizaram um cordão humano, à volta das instalações do Centro de Saúde de Alverca, por mais e melhor saúde. Além da colocação dos médicos de família em falta (cerca de 70 mil sem médico), os utentes reivindicaram a abertura dos atendimentos complementares em Alverca e em Vila Franca de Xira, a par da colocação urgente de médicos nos centros de saúde de Alhandra e do Forte. O PCP fez-se representar nesta iniciativa, reiterando o seu compromisso de lutar, defender e valorizar o SNS.

 



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