Militância convicta

«É o lugar natural para se estar», afirma um dos jovens com quem o Avante! esteve à conversa esta semana. José, 24 anos, é militante do Partido há apenas dois meses, mas já sabe que é inscrito no PCP que quer intervir por uma nova sociedade.

A história de como este jovem chegou até ao Partido não começa em Novembro. Já antes, em 2021, tinha procurado a JCP: a decisão de se juntar aos jovens comunistas surgiu após as eleições presidenciais desse ano. Foi a candidatura apoiada pelo PCP e os resultados obtidos por outras candidaturas que o precipitaram para uma decisão que ele próprio já considerava certa: a de saltar para a fila da frente da luta.

Antes desse momento foram poucas as ligações que José, natural da Covilhã, teve com o Partido. Em sua casa, com um pai filiado num sindicato da FENPROF, a política nunca foi um tema tabu. Apesar de não serem comunistas, o jovem recorda que foi assim, através do seus pais, que ouviu falar do PCP pela primeira vez.

No entanto, foi apenas quando foi estudar para o Instituto Superior Técnico da Universidade de Lisboa, que José conheceu uma militante comunista. Conversas sobre conversas e inúmeras discussões esclareceram-no e foi assim, a partir dessa relação, que surgiu a vontade de se inscrever. Antes disso, procurou ainda saber e pesquisar muito mais sobre o Partido. A vontade era a de tomar uma decisão consciente.

Já inserido no mundo laboral, José está agora organizado na Juventude Trabalhadora na Covilhã e insta a todos os que se identifiquem com os valores dos comunistas a que não tenham receio e que experimentem participar na organização.

Aicha, 21 anos, conta uma história diferente, mas também já afirma que encontrou o sítio certo e que dele não sairá. Ao contrário de José, manteve um contacto muito próximo com o Partido ao longo de quase toda a sua vida. Começou a ir a várias iniciativas e à Festa do Avante! com a sua mãe desde muito nova. Mas, por iniciativa pessoal, relata que o primeiro contacto que teve com o Partido foi na Festa de 2021: «Apesar de já ir há alguns anos, comecei a apreciar a maneira de como a Festa era construída e organizada e acabei por ir porque queria», conta.

Natural da Vidigueira, Aicha inscreveu-se na JCP um ano depois, também na Festa do Avante!. Ao Partido aderiu apenas em Dezembro. Quando questionada acerca do que mudou desde o tempo em que ia às iniciativas do Partido com a sua mãe até ao momento actual, em que participa de livre e espontânea vontade, a jovem responde prontamente que começou a olhar para a sociedade e a perceber que os problemas e as desigualdades eram questões que poderiam ser resolvidas através das soluções defendidas pelo PCP.

Agora estudante do Ensino Superior na Universidade Nova de Lisboa, conta que a acção dos comunistas organizados no movimento unitário da sua faculdade também contribuiu bastante para a sua decisão, pois reparou que a JCP procura defender os estudantes em todos os espaços. Já completamente integrada no colectivo da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, conta que o sentimento de união, fraternidade e camaradagem que existe na organização substituíram rapidamente o receio que sentiu inicialmente.

A todos pede que ignorem os preconceitos que o grande capital procura gerar à volta do Partido. «Isso, às vezes, afasta muitas pessoas com ideias justas e muito parecidas às nossas, mas é preciso vir para ver», afirma.



Mais artigos de: PCP

Apostar na produção valorizar o trabalho

Com potencialidades para crescerem e contribuírem para o desenvolvimento económico, com trabalhadores a necessitarem de ser valorizados, a Lisnave e o Arsenal do Alfeite mereceram visitas de Paulo Raimundo no final da semana passada.

Nada ilude responsabilidades sobre escândalos na banca

«As conclusões retiradas pelo PCP das várias comissões de inquérito mantêm-se actuais, estranhando-se que o PSD procure reescrever a história», nota o Partido a propósito da polémica em torno da intervenção dos Governos PSD/CDS e PS no Banif e BPI.

Nos 100 anos de Laura Lopes

Nascida a 29 de Janeiro de 1923, Laura Lopes fez no domingo 100 anos. Natural de uma família operária, foi professora, jornalista, advogada de presos políticos e de sindicatos, militante comunista, dirigente e activista do Movimento Democrático e Mulheres e do Conselho Português para a Paz e...