- Nº 2566 (2023/02/2)

Militância convicta

PCP

«É o lugar natural para se estar», afirma um dos jovens com quem o Avante! esteve à conversa esta semana. José, 24 anos, é militante do Partido há apenas dois meses, mas já sabe que é inscrito no PCP que quer intervir por uma nova sociedade.

A história de como este jovem chegou até ao Partido não começa em Novembro. Já antes, em 2021, tinha procurado a JCP: a decisão de se juntar aos jovens comunistas surgiu após as eleições presidenciais desse ano. Foi a candidatura apoiada pelo PCP e os resultados obtidos por outras candidaturas que o precipitaram para uma decisão que ele próprio já considerava certa: a de saltar para a fila da frente da luta.

Antes desse momento foram poucas as ligações que José, natural da Covilhã, teve com o Partido. Em sua casa, com um pai filiado num sindicato da FENPROF, a política nunca foi um tema tabu. Apesar de não serem comunistas, o jovem recorda que foi assim, através do seus pais, que ouviu falar do PCP pela primeira vez.

No entanto, foi apenas quando foi estudar para o Instituto Superior Técnico da Universidade de Lisboa, que José conheceu uma militante comunista. Conversas sobre conversas e inúmeras discussões esclareceram-no e foi assim, a partir dessa relação, que surgiu a vontade de se inscrever. Antes disso, procurou ainda saber e pesquisar muito mais sobre o Partido. A vontade era a de tomar uma decisão consciente.

Já inserido no mundo laboral, José está agora organizado na Juventude Trabalhadora na Covilhã e insta a todos os que se identifiquem com os valores dos comunistas a que não tenham receio e que experimentem participar na organização.

Aicha, 21 anos, conta uma história diferente, mas também já afirma que encontrou o sítio certo e que dele não sairá. Ao contrário de José, manteve um contacto muito próximo com o Partido ao longo de quase toda a sua vida. Começou a ir a várias iniciativas e à Festa do Avante! com a sua mãe desde muito nova. Mas, por iniciativa pessoal, relata que o primeiro contacto que teve com o Partido foi na Festa de 2021: «Apesar de já ir há alguns anos, comecei a apreciar a maneira de como a Festa era construída e organizada e acabei por ir porque queria», conta.

Natural da Vidigueira, Aicha inscreveu-se na JCP um ano depois, também na Festa do Avante!. Ao Partido aderiu apenas em Dezembro. Quando questionada acerca do que mudou desde o tempo em que ia às iniciativas do Partido com a sua mãe até ao momento actual, em que participa de livre e espontânea vontade, a jovem responde prontamente que começou a olhar para a sociedade e a perceber que os problemas e as desigualdades eram questões que poderiam ser resolvidas através das soluções defendidas pelo PCP.

Agora estudante do Ensino Superior na Universidade Nova de Lisboa, conta que a acção dos comunistas organizados no movimento unitário da sua faculdade também contribuiu bastante para a sua decisão, pois reparou que a JCP procura defender os estudantes em todos os espaços. Já completamente integrada no colectivo da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, conta que o sentimento de união, fraternidade e camaradagem que existe na organização substituíram rapidamente o receio que sentiu inicialmente.

A todos pede que ignorem os preconceitos que o grande capital procura gerar à volta do Partido. «Isso, às vezes, afasta muitas pessoas com ideias justas e muito parecidas às nossas, mas é preciso vir para ver», afirma.