Persiste preocupação quanto ao futuro do HFAR

As respostas do Governo à situação aguda ocorrida em meados de Dezembro não descansam as associações profissionais de militares quanto ao défice estrutural de efectivos do Hospital das Forças Armadas.

Por iniciativa do PCP, a ministra será ouvida no Parlamento

Por este motivo, mesmo depois das informações dadas pelo secretário de Estado da Defesa Nacional, a 28 de Dezembro, foi decidido realizar a vigília marcada pelas associações profissionais de sargentos (ANS), oficiais (AOFA) e praças (AP) para dia 30, na entrada principal do pólo de Lisboa do HFAR, na Azinhaga dos Ulmeiros.

A Associação Nacional de Sargentos, num comunicado que emitiu logo após aquela reunião, relatou como reagiu às notícias saídas nos dias 22, 23 e 24, que davam conta de uma situação crítica, por falta de autorização para contratação de profissionais em regime de avença. A ANS pediu uma audiência «com carácter de máxima urgência» à ministra. Na ausência desta, fora do País, uma delegação reuniu-se com o SEDN, que informou estarem concluídos os processos pendentes de «regularização relativamente a contratos de pessoal para 2023». Segundo a ANS, o governante afirmou que o HFAR «manterá as condições de funcionamento com que operou ao longo deste ano».

A contratação de trabalhadores com vínculo permanente aos quadros do HFAR encontra-se na «fase de instrução para abertura de procedimentos concursais».

Embora valorizando a celeridade na resposta ao pedido de reunião e «a solução encontrada para a situação específica que motivou o alarme social», a ANS expressou «preocupação sobre a continuidade do problema estrutural do défice de efectivos, que tantas dificuldades tem criado». Para a ANS, «dizer que o HFAR vai manter as condições de funcionamento com que operou ao longo deste ano não é, de todo, motivo para estarmos descansados, antes pelo contrário, é razão para manter a preocupação».

Esta posição foi reafirmada e desenvolvida pelos dirigentes associativos militares, durante a vigília de dia 30.

O presidente da ANS, citado pela agência Lusa, alertou que o HFAR não deve ser tratado como «possibilidade de nicho de negócios», por via da externalização de serviços. António Lima Coelho lembrou ainda que «a condição militar tem vindo a ser degradada há muitos anos», considerando a actual situação do hospital como «mais um passo num processo muito grave, que, em determinada altura, apelidámos de comissão liquidatária das Forças Armadas e que não se resume à saúde militar». Admitiu que as associações profissionais de militares vão ter de promover «cada vez mais acções», como a de 28 de Dezembro.

Já a Associação dos Oficiais das Forças Armadas tinha defendido, num comunicado de 23 de Dezembro, que «a instabilidade no HFAR torna ainda mais clara a importância do crescimento da luta socioprofissional pelos legítimos direitos dos militares».

Audição aprovada
Na comissão parlamentar de Defesa Nacional foi anteontem aprovado promover a audição da ministra e do chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, sobre a situação no HFAR. A deliberação unânime foi tomada durante a discussão de um requerimento do PCP, tendo o deputado João Dias alertado que o director do hospital haverá de ser também chamado, para prestar informações sobre «execução e operacionalidade».

 



Mais artigos de: Trabalhadores

Frente Comum entoa alerta

Dirigentes e delegados das estruturas que integram a Frente Comum de Sindicatos reiteraram, no dia 5, junto da residência do primeiro-ministro, a exigência de negociação efectiva, em 2023, da proposta reivindicativa. Nestas «Janeiras» cantadas sobre músicas de Jose Afonso, bem como nas...

Greve na Blueotter

Os trabalhadores da Blueotter fizeram greve de 24 horas, no dia 6, poraumento dos salários e do subsídio de refeição e melhoria de condições laborais, entre outras matérias incluídas num caderno reivindicativo. A Fectrans/CGTP-IN assinalou que se mantiveram «elevados níveis de adesão» à greve,...

89.º aniversário da revolta dos operários vidreiros

Organizadas pelo Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Vidreira, as comemorações do 89.º aniversário do 18 de Janeiro de 1934, assinalam a revolta dos operários vidreiros contra o regime fascista e por melhores condições de vida e de trabalho. Destaque, na próxima quarta-feira, 18, para o desfile/manifestação «Por...