Greves e manifestações para valorizar professores

A FENPROF aprovou um plano de acções e lutas com o objectivo de forçar à resolução dos problemas que têm vindo a desvalorizar os professores e a escola pública. Para 11 de Fevereiro está convocada uma manifestação nacional em Lisboa.

Numa nota do seu Secretariado Nacional, tornada pública no dia 29 de Dezembro, a Federação Nacional de Professores aprovou uma intensa agenda de lutas, algumas das quais em convergência com outras organizações sindicais: concentração junto ao Ministério da Educação, no dia 3; permanência contínua, sob a forma de acampamento, junto ao ME, das 16h00 de 10 de Janeiro às 16h00 de dia 13 (caso até dia 10 o ministro não dê resposta às exigências dos professores); greve nacional por distritos, com início em Lisboa a 16 de Janeiro, prolongando-se até 8 de Fevereiro; manifestação nacional em defesa da profissão de professor, a 11 de Fevereiro.

Na manifestação, e caso o Ministério da Educação não altere as suas posições, serão anunciadas novas acções de luta, garante a FENPROF, que no mesmo dia 29 promoveu um plenário nacional de delegados e dirigentes dos seus sindicatos para começar desde já a preparar as acções e lutas programadas.

A federação lembra que, no passado dia 15, fez um apelo a todas as organizações sindicais de docentes para que se unissem naquelas duas grandes acções. Porém, realça, a «marcação de uma marcha para data próxima da Manifestação de 11 de Fevereiro em defesa da Profissão, exigência de “Respeito” pela classe e de negociações sérias, das quais resulte a valorização da profissão docente, indicia que o apelo não será atendido por todas». Ainda assim, reforça o apelo aos professores para que se «mantenham unidos e lutem» pela valorização da sua profissão.

 

43 mil por respeito e dignidade

A primeira acção programada pela FENPROF teve lugar anteontem, 3. Vindos de todo o País, centenas de docentes concentraram-se junto ao Ministério da Educação, onde foi entregue um abaixo-assinado subscrito por 43 mil professores, contra a possibilidade de contratação por parte de «conselhos locais de directores» e outras entidades.

Os subscritores do documento «não abdicam do legítimo direito de se aproximarem da área de residência, na qual têm a sua vida organizada, bem como a da respectiva família, e rejeitam a obrigação de ser desterrados para onde trabalham». Reclamam, ainda, a «abertura de processos negociais com vista à contagem integral do tempo de serviço para efeitos de carreira, à eliminação das vagas na progressão e das quotas na avaliação, à manutenção da paridade com a carreira técnica superior, à eliminação da precariedade, à aprovação de um regime específico de aposentação que também contribua para o rejuvenescimento da profissão, à regularização dos horários de trabalho e à alteração do actual regime de Mobilidade por Doença».

Entre as palavras de ordem visíveis em faixas e cartazes, algumas resumiam o objectivo geral do protesto: «Temos direito a ser professores e a uma carreira digna e valorizada» ou, simplesmente, «respeito».

 



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