Comunistas franceses rejeitam aumento da idade de reforma
Os comunistas apelam à unidade das forças de esquerda e do movimento sindical contra a proposta governamental que prevê o alargamento da idade de reforma dos 62 para os 65 anos, em França.
Forças de esquerda e movimento sindical anunciam Janeiro de luta
O secretário nacional do Partido Comunista Francês (PCF), Fabien Roussel, exortou as forças de esquerda a unir-se na mobilização, juntamente com sindicatos e outras organizações sociais, contra a reforma das pensões promovida pelo governo.
«Todas as forças de esquerda rejeitam a reforma aos 65 anos e, por isso, lanço um apelo para que em toda a França realizemos a partir de Janeiro reuniões unitárias, em conjunto com o movimento social, e digamos não», afirmou o dirigente comunista. O objectivo dos encontros seria também a apresentação de propostas alternativas.
O PCF lançou uma campanha, cujo lema é «Bons salários significam boas pensões», para conseguir a convocação de um referendo sobre a controversa reforma. Começou a circular uma petição on-line contra a reforma das pensões, de modo a que «todos os franceses possam envolver-se».
Roussel lembrou que serão necessárias centenas de milhares de assinaturas para mostrar ao governo que não pode impor a sua proposta pela força. Em alternativa, a realização do referendo poderia ser decidida no parlamento desde que 58 deputados subscrevessem a petição.
Em qualquer dos casos, Roussel defendeu o referendo, pois a sua realização daria lugar a um grande debate popular sobre o projecto de lei, «significaria seis meses de reuniões públicas, presenças nos meios de comunicação, uma grande campanha de confrontação de ideias, seria bom para a democracia».
O PCF organizará debates «em fábricas, oficinas, serviços», convidando a criar fóruns de discussão nos locais de trabalho. Isto, com o propósito de demonstrar «que é possível melhorar a aposentação dos franceses sem aumentar a idade de reforma, só há que conseguir que mais gente trabalhe». Recordou que, actualmente, uma de cada duas pessoas entre 50 e 64 anos está no desemprego, pelo que não faz sentido alargar a idade de reforma até aos 65 anos.