China devolve aos EUA acusação sobre uso de «diplomacia coerciva»

A China recusou a acusação lançada pelos EUA relativas ao suposto uso de «diplomacia coerciva», devolvendo-a: é Washingon que há muito recorre a este tipo de práticas e são múltiplas as evidências que o comprovam.

Em Pequim, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Zhao Lijian, rejeitou as críticas feitas pelo secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, à China por esta alegadamente promover a desinformação, ter um desenvolvimento militar pouco transparente e aumentar a cooperação com a Rússia. Para o porta-voz chinês, são os EUA o «verdadeiro especialista» em ameaçar e utilizar a força contra outros países e impor sanções e bloqueios económicos e tecnológicos.

Lijian citou vários exemplos de desinformação fabricados pela Casa Branca para intrometer-se em assuntos internos do Iraque, da Síria ou da China, mencionou as guerras desencadeadas pelos EUA em todo o mundo, a abertura de bases militares e a constante provocação com o envio de navios de guerra para diversas regiões.

«A China está comprometida com uma política externa de paz e independente. Nunca se envolve na coerção ou desinformação. Os Estados Unidos da América devem deixar de difamar e atacar a China», acrescentou.

O porta-voz do governo chinês condenou ainda o «desvio» por parte das tropas norte-americanas de mais 54 tanques de petróleo do Noroeste da Síria para as suas bases no Iraque, acentuando que se trata de uma acção ilegal que viola o direito internacional.

Os EUA precisam de parar com o abuso de poder para dificultar as relações comerciais da China, deixar de levantar «barreiras e muros», de pressionar, de interromper as cadeias de fornecimentos industriais e de perseguir interesses à custa da economia mundial, acrescentou o diplomata chinês.

 

Taiwan, principal
«linha vermelha»

O ministro da Defesa chinês, Wei Fenghe, reiterou aos EUA a sua rejeição da ingerência estrangeira em Taiwan e acentuou que se trata da principal «linha vermelha» nas relações bilaterais.

Segundo um comunicado do seu gabinete, divulgado em Pequim a 22 de Novembro, o ministro fez estas declarações ao secretário de Defesa norte-americano, Lloyd Austin, durante uma breve reunião em Siem Reap, no Camboja.

Wei Fenghe insistiu que a ilha de Taiwan é parte integrante da China e que a resolução desta questão é um assunto interno.

A nota oficial acrescenta que ambos os responsáveis acordaram em manter abertas as linhas de comunicação, especialmente sobre a paz e estabilidade regional, e analisaram o conflito Rússia-Ucrânia, a desnuclearização na península coreana e as disputas no Mar Meridional da China.

Este foi o segundo encontro entre Wei e Austin, uma vez que já tinham conversado no Verão passado em Singapura, no contexto do Diálogo de Shangri-La sobre segurança. A reunião no Camboja também se soma aos contactos reactivados entre altos representantes dos governos da China e dos EUA depois de Xi e Biden terem conversado frente a frente em Bali, na Indonésia.




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