A Assembleia da República deliberou esta terça-feira, na sequência de solicitação do Presidente da República e nos termos da Constituição, aprovar a deslocação deste ao Qatar em apoio da participação da Selecção Nacional no Mundial de Futebol. O projecto de resolução teve os votos favoráveis de PS, PSD e PCP, a abstenção do Chega e os votos contra de PAN, Livre, IL e BE.

Em declaração de voto em nome da bancada comunista, a deputada Paula Santos deixou clara a condenação do PCP quanto ao que classifica de «inaceitável exploração dos trabalhadores no Qatar», lembrando que estes são «sujeitos a condições intoleráveis, desumanas e onde os seus direitos não são respeitados, assim como não são respeitados os direitos em geral».

A líder parlamentar comunista não deixou todavia de observar que, pela sua natureza, «o desporto transporta valores de cooperação e de solidariedade entre os povos, valores esses que são particularmente marcantes em realizações de participação desportiva à escala internacional».

Nesse sentido, realçou, a «expressão inequívoca da defesa dos direitos pode assumir diferentes dimensões e não tem de passar por acções de boicote à participação desportiva de atletas ou de equipas e ao seu acompanhamento institucional, como no caso da participação da Selecção Nacional no Mundial de Futebol. Daí a posição do PCP de não se opor à deslocação do Presidente da República ao Qatar.

esta declaração sobre a votação do projecto de resolução sobre a deslocação do Presidente da República ao Qatar queríamos hoje aqui reafirmar o que já ontem dissemos na Comissão de Negócios Estrangeiros a propósito desta matéria. Consideramos que pela sua natureza o desporto transporta valores de cooperação e de solidariedade entre os povos, valores esses que são particularmente marcantes em realizações de participação desportiva à escala internacional.

Que fique bem claro que o PCP condena a inaceitável exploração dos trabalhadores no Qatar sujeitos a condições intoleráveis, desumanas e onde os seus direitos não são respeitados, assim como não são respeitados os direitos em geral.

A par desta consideração, o PCP entende que a expressão inequívoca da defesa dos direitos pode assumir diferentes dimensões e não tem de passar por acções de boicote à participação desportiva de atletas ou de equipas e ao seu acompanhamento institucional, como no caso da participação da Selecção Nacional no Mundial de Futebol, por isso o PCP não se opôs à deslocação do Presidente da República ao Qatar e é também importante que fique presente que esta decisão é na sequência de uma solicitação por parte do Presidente da República e nos termos da nossa Constituição.