Presidentes da China e EUA têm conversações em Bali

As con­ver­sa­ções entre os pre­si­dentes da China e dos EUA, em Bali, in­cluíram temas como as re­la­ções bi­la­te­rais, a crise eco­nó­mica mun­dial, o con­flito na Ucrânia ou a des­nu­cle­a­ri­zação da pe­nín­sula co­reana e a questão de Taiwan.

Xi Jin­ping e Joe Biden reúnem-se na In­do­nésia e con­versam sobre re­la­ções entre China e EUA

Os pre­si­dentes da China, Xi Jin­ping, e dos Es­tados Unidos da Amé­rica, Jo­seph Biden, reu­niram-se na se­gunda-feira, 14, du­rante três horas, na vés­pera da 17.ª Ci­meira do Grupo dos Vinte (G20), em Bali, na In­do­nésia.

De acordo com as agên­cias no­ti­ci­osas, o di­ri­gente chinês as­si­nalou ao seu ho­mó­logo norte-ame­ri­cano que é im­pe­ra­tivo limar arestas, me­lhorar as re­la­ções bi­la­te­rais e co­locá-las no ca­minho do de­sen­vol­vi­mento es­tável e sau­dável.

No pri­meiro en­contro pre­sen­cial entre os dois chefes de Es­tado – antes, nos úl­timos dois anos, já ti­nham man­tido con­versas te­le­fó­nicas e reu­niões vir­tuais –, o go­ver­nante chinês co­meçou a sua in­ter­venção com um apelo a rever os quase 50 anos de re­la­ções, a aprender com as li­ções e ex­pe­ri­ên­cias e a ana­lisar as perdas para dar a volta por cima e avançar para o fu­turo.

«A his­tória é o me­lhor ma­nual. De­vemos vê-la como um es­pelho e deixar que nos guie ao fu­turo», afirmou Xi re­fe­rindo-se ao am­bi­ente ne­ga­tivo que ro­deia as re­la­ções Pe­quim-Washington e que, na sua opi­nião, afecta os in­te­resses fun­da­men­tais de ambos os países. Xi disse a Biden que, como lí­deres de grandes po­tên­cias mun­diais, é ne­ces­sário de­finir como me­lhorar as re­la­ções, con­viver entre si e com o resto da co­mu­ni­dade in­ter­na­ci­onal, so­bre­tudo numa era de crises, mu­danças drás­ticas e de­sa­fios sem pre­ce­dentes para a hu­ma­ni­dade.

In­sistiu em su­perar as di­fe­renças e con­cen­trar-se em con­tri­buir para a paz, es­ta­bi­li­dade e de­sen­vol­vi­mento global, ma­ni­fes­tando a von­tade da China de in­ter­cam­biar pontos de vista com os EUA sobre as­suntos glo­bais e re­gi­o­nais e tra­ba­lhar con­jun­ta­mente para o bem comum.

Do seu lado, Biden também falou sobre a res­pon­sa­bi­li­dade dos dois países de re­solver as ten­sões e iden­ti­ficar as áreas onde podem co­o­perar.

O en­contro entre os dois pre­si­dentes me­receu atenção es­pe­cial porque se re­a­lizou num mo­mento em que per­sistem fric­ções entre a China e os EUA sobre di­fe­rentes as­suntos e com maior in­ten­si­dade no plano co­mer­cial, tec­no­ló­gico e em torno de Taiwan. Esta tensão é re­sul­tante da in­ten­si­fi­cação da po­lí­tica de con­fron­tação dos EUA contra a Re­pú­blica Po­pular da China, apon­tada como o seu prin­cipal alvo.

O Mi­nis­tério dos Ne­gó­cios Es­tran­geiros da China instou Washington a lidar ade­qua­da­mente com as di­ver­gên­cias com Pe­quim, avançar em di­recção à co­o­pe­ração mu­tu­a­mente van­ta­josa e evitar que mal-en­ten­didos e juízos er­ró­neos im­peçam os laços bi­la­te­rais e um de­sen­vol­vi­mento sau­dável e sus­ten­tado.

 

Taiwan é «as­sunto
in­terno da China»

Taiwan foi um dos prin­ci­pais temas das con­ver­sa­ções entre os pre­si­dentes chinês e norte-ame­ri­cano. Xi rei­terou que as ten­sões re­la­ci­o­nadas com a ilha con­ti­nuam de­vido ao apoio de Washington às forças in­de­pen­den­tistas de Taipé e à uti­li­zação da ilha para «conter» a China.

«Re­solver a questão de Taiwan é um as­sunto in­terno da China e dos chi­neses (…) Quem quer que seja que ten­tasse se­parar Taiwan da China es­taria a vi­olar os in­te­resses fun­da­men­tais da nação e o povo chinês não per­mi­tiria nunca que isso acon­te­sesse», ad­vertiu, en­fa­ti­zando que a ilha é parte ina­li­e­nável do país.

Sobre di­reitos hu­manos, li­ber­dade e de­mo­cracia, o pre­si­dente chinês disse que são as­pi­ra­ções co­muns da hu­ma­ni­dade, mas cada Es­tado tem o seu pró­prio es­tilo e aborda tais ques­tões se­gundo as con­di­ções na­ci­o­nais, a his­tória e a cul­tura. Não obs­tante, ma­ni­festou dis­po­sição de di­a­logar sobre as di­fe­renças a esse res­peito, ad­vogou a co­e­xis­tência pa­cí­fica e, ao mesmo tempo, opôs-se a re­sumir tudo na nar­ra­tiva de con­trapor «a de­mo­cracia ao au­to­ri­ta­rismo».

O di­ri­gente chinês in­sistiu no res­peito pelo ca­minho es­co­lhido pela China para fo­mentar o de­sen­vol­vi­mento e a sua opção pelo so­ci­a­lismo, con­si­derou que as dis­cór­dias entre a China e os EUA vão per­sistir mas não devem obs­ta­cu­lizar as re­la­ções bi­la­te­rais, e re­chaçou o acosso e a po­li­ti­zação dos as­suntos eco­nó­micos e co­mer­ciais.




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