Na Schnellecke valeu a pena
O SITE Norte realçou, dia 7, que «a luta vale a pena, como agora se está a ver mais uma vez», com o recuo da Schnellecke Logistics na intenção de despedimento de 12 trabalhadores.
Na véspera, a menos de 24 horas de uma greve, com concentração no exterior da Continental Mabor, representantes da administração da Schnellecke «comprometeram-se a encontrar soluções alternativas ao despedimento colectivo, ficando já marcada nova reunião para dia 13», anunciou o sindicato da Fiequimetal/CGTP-IN que, após consulta aos trabalhadores, «decidiu dar mais uma oportunidade à administração, para pôr fim a um despedimento injusto» e desconvocou a jornada.
Reafirmando que a Continental Mabor «também tem aqui uma responsabilidade acrescida», o sindicato manifestou a convicção de que a fábrica de pneus «teve um papel, embora camuflado, a interceder junto de uma empresa que presta serviço nas suas instalações».
A intenção de despedimento, anunciada em Agosto, foi firmemente contestada. Desde logo, o SITE Norte acusou a multinacional do sector da logística de querer «despedir, para manter uma estratégia de precarizar as relações de trabalho e baixar salários para os mínimos legais».
A Comissão Concelhia de Vila Nova de Famalicão do PCP rejeitou nessa altura o despedimento e criticou a Autoridade para as Condições do Trabalho, por permitir que trabalhadores da Schnellecke, com as mesmas tarefas que os 12 a despedir, aufiram remunerações inferiores.
O grupo parlamentar comunista questionou o Governo sobre a intenção da Schnellecke de despedir os trabalhadores que auferem salários mais elevados.
Em meados de Setembro, Sandra Pereira, deputada do PCP no Parlamento Europeu, esteve numa acção de luta contra o despedimento. Numa pergunta dirigida à Comissão Europeia, no início de Outubro, acusou a Schnellecke de alegar falsas dificuldades, como comprovou a substituição imediata dos 12 trabalhadores (impedidos de laborar) por temporários, mais baratos.