Proposta Reivindicativa Comum pelos trabalhadores e a população

A Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública exigiu que todas as matérias da PRC para 2023, entregue faz hoje uma semana, sejam incluídas pelo Governo na negociação que começou no dia 3.

O poder de compra perdido desde 2019 poderá chegar a 22 por cento

O documento foi aprovado a 29 de Setembro, de manhã, na cimeira de sindicatos da Frente Comum. De tarde, junto da presidência do Conselho de Ministros, teve lugar um plenário de dirigentes e delegados sindicais, que acompanhou a entrega da proposta ao Governo.

«Estamos naturalmente abertos à negociação, é com esse espírito que vamos cá estar na segunda-feira, mas sem deixar de mostrar a firmeza das nossas posições e o caminho da luta, como solução para os problemas que o Governo entender não resolver», comentou o coordenador da Frente Comum. Em declarações à agência Lusa, Sebastião Santana recordou que os trabalhadores da Administração Pública chegaram a Janeiro com uma perda salarial acumulada de 15 por cento, face a 2019, e, a confirmar-se a inflação prevista para 2022, «vão sair deste ano com uma perda de 22 por cento».

Numa breve intervenção, que antecedeu a ida de uma delegação sindical à sede do Governo, Sebastião Santana sublinhou, no plenário, que «é hoje que os trabalhadores estão a viver mal, é hoje que os trabalhadores estão a ter dificuldades por causa do aumento do custo de vida». Esta emergência reflectiu-se no primeiro ponto da PRC: aumento intercalar dos salários para repor o poder de compra perdido em 2022.

O dirigente frisou que, «desde já, queremos respostas» e que o Governo «tem meios e condições». «Parece que lhe falta vontade e vamos ter de ser nós a garantir que ele a ganha», alertou.

Sebastião Santana reafirmou a «necessidade de uma Administração Pública mais forte, mais robusta, de melhores serviços públicos – Escola Pública, Serviço Nacional de Saúde, Segurança Social, Administração Local, forças de segurança, Finanças, Ambiente, Cultura». Os serviços públicos «precisam de ser melhorados, porque são o único garante de progresso que a população tem», sublinhou o dirigente.

«A luta pela PRC 2023 começou hoje», disse Sebastião Santana, adiantando que o Governo, com as suas posições e a sua vontade negocial, é que determinará até onde irá essa luta.

 

Valorizar e reforçar

Perante «um quadro de agravamento das condições de vida e de trabalho», a Frente Comum apresenta «propostas que contêm a solução, tanto para os problemas com que os trabalhadores se confrontam, como para o necessário reforço dos serviços públicos e das funções sociais do Estado, cujo funcionamento é determinante para garantir o acesso da população a direitos fundamentais».

Esta síntese foi feita pela Frente Comum, numa nota divulgada à comunicação social logo que a PRC para 2023 foi aprovada. Das propostas dirigidas ao Governo, mereceram destaque:

aumento intercalar das remunerações, no sentido de repor o poder de compra perdido em 2022;

aumento salarial de 10 por cento, num mínimo de 100 euros, para todos os trabalhadores, com efeitos a 1 de Janeiro de 2023;

correcção da Tabela Remuneratória Única, garantindo as diferenças relativas entre níveis;

revogação do SIADAP e a sua substituição por um sistema de avaliação justo;

valorização das carreiras profissionais;

dotação da Administração Pública de recursos humanos, materiais e tecnológicos necessários para o reforço dos serviços públicos e das funções sociais do Estado.

A Frente Comum exigiu que o processo negocial, iniciado esta segunda-feira, dia 3, incida«sobre todas as matérias» constantes da PRC.




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