PCP insiste em resposta de fundo ao brutal aumento do custo de vida

O PCP levou à Assembleia da República, no dia 16, uma resposta de fundo ao brutal aumento do custo de vida , rejeitada pelos votos conjugados de PS, PSD, Iniciativa Liberal e Chega, para quem os lucros do grande capital são intocáveis.

PS, PSD, IL e Ch defendem grandes interesses

O projecto de resolução do PCP continha 18 propostas para valorizar o poder de compra dos trabalhadores e dos reformados e pensionistas, combater o aumento dos preços de bens e serviços essenciais, garantir o cumprimento de direitos essenciais e concretizar uma mais justa repartição da riqueza. Entre essas medidas constavam o aumento de salários e pensões, o tabelamento de preços máximos para os bens essenciais, a fixação do IVA nos 6 por cento para a electricidade e gás, o estabelecimento de tectos máximos para actualização de rendas e dos spreads Caixa Geral de Depósitos e a tributação extraordinária dos lucros dos grupos económicos resultantes da especulação.

Da tribuna da Assembleia da República, Alfredo Maia (que substitui Diana Ferreira no grupo parlamentar do PCP) sublinhou a necessidade de «ir à raiz dos problemas» e não, como propunha o Governo, ficar-se por medidas temporárias, insuficientes e que deixavam intocados os interesses dos que ganham com esta situação – como tinha referido na véspera Paula Santos, presidente do grupo parlamentar do Partido.

Ora, prosseguiu Alfredo Maia, ir à raiz significa «transgredir os ditames de instituições como o FMI, que «embora refira a taxação sobre lucros inesperados, apoios às famílias carenciadas e medidas fiscais de alívio temporário da inflação – temporário, vejam bem! –, vai avisando que tais medidas não devem compensar a perda real dos rendimentos e que não se pode responder à inflação com aumentos salariais». Para o PCP, realçou, é a efectiva valorização dos salários e pensões a condição indispensável para uma vida digna e a forma de promover a recuperação económica.

PS e PSD «da mesma família»
Esta ideia tinha já sido sublinhada no dia anterior por Paula Santos, que acusou PS e PSD de terem propostas «da mesma família», por mais que procurem mostrar grandes diferenças. Tanto as propostas do Governo como o chamado «programa de emergência social» do PSD apontam medidas temporárias, insuficientes e que «não vão às causas estruturais» dos problemas que afectam gravemente os trabalhadores e o povo, acusou.

Esmiuçando o teor das propostas de ambos os partidos, a presidente do Grupo Parlamentar comunista salientou que nem um nem outro propõem aumentos de salários e pensões nem admitem tocar nos lucros do grande capital. Percebe-se que assim seja: «são esses os interesses que defendem», juntamente com a Iniciativa Liberal e o Chega.

Tal como sublinharia no dia seguinte Alfredo Maia, também Paula Santos reafirmou a determinação do PCP em prosseguir a luta por estas propostas, as únicas que verdadeiramente defendem os direitos e as condições de vida de quem trabalha e trabalhou.

 



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