Soros, «democracia sob ataque»
O Expresso publicou um artigo de George Soros com o título Democracia sob ataque. Defende a agenda do seu Partido Democrata contra os Republicanos e a maioria no Supremo Tribunal dos USA, no aborto, no acesso às armas e na perversão de normas eleitorais. São causas importantes e que merecem denúncia mas, de facto, tirando a propaganda de guerra de Biden, Soros não explica a situação no seu país e fica-se na denúncia do projecto autocrático de Trump.
Isto é, para Soros, não há causas a montante desta crise política, nem as crises económica e sistémica que se aprofundam, nem a iniquidade da exploração e concentração da riqueza, nem a natureza classista brutal da «democracia de mercado», nem a política de agressão imperialista em todos os azimutes, e ainda menos a compreensão de que os USA, responsáveis do essencial dos ataques à democracia neste nosso planeta, não podem deixar de repercutir internamente os seus factores.
É natural esta narrativa. Soros, proclamado «filantropo» e «de esquerda» pelos média dominantes, confirma-se como gestor de fortunas e especulador financeiro, «audacioso» no ataque a moedas nacionais, com que acumulou uma fortuna, de facto, entre 30 e 50 mil milhões de dólares, geridos pela teia de fundações Open Society de fuga ao fisco, que tratam cinicamente das suas «causas progressistas», quase sempre pioneiras na ofensiva imperialista, enquanto acumula influências, negócios e «lucros sociais» conexos.
É natural a colaboração de Soros e do grupo SIC-Expresso, do militante n.º 1 do PSD, com raízes de classe no capital financeiro, em Davos, no anticomunismo, no financiamento e apoio de contra-revoluções da «primavera árabe», ou «coloridas» do Leste europeu, na formação dos seus quadros e ONG, na agressão proto-fascista ao Donbass (em 2015), na provocação aos países não submetidos aos USA e aos «perigosos» «autocratas», comunistas e «afins», que governam na China, Federação Russa, Cuba, Venezuela, na mistificação liberal do grande capital, travestido de «ambientalista», de direitos individualistas, costumes e consumos «liberais» e manipulação, férrea mas «moderna», de apoios espúrios à exploração, opressão e guerra imperialista.
É assim Soros, mais Biden e os seus amigos. Mas o rei vai nu!