NATO contestada em Madrid e não só

A capital espanhola, que acolhe a cimeira da NATO na próxima semana, será palco no domingo, 26, de uma manifestação contra o militarismo e a guerra e pela dissolução deste bloco político-militar.

Lutar contra a NATO é hoje ainda mais importante

A manifestação é promovida por uma plataforma de organizações, sob o lema Pela Paz, NATO Não, que realiza também outras iniciativas, como a Cimeira da Paz, nos dias 24 e 25.

Na declaração da plataforma defende-se a dissolução da NATO, considerada uma «grave ameaça à paz mundial, que já deixou um rasto de destruição, da Jugoslávia ao Afeganistão». Denuncia-se ainda o seu papel como impulsionadora da corrida aos armamentos, a sua vocação nuclear e o facto de ser um dos maiores poluidores do mundo. «A NATO gera pobreza e desigualdade. A corrida aos armamentos vai contra as reais necessidades dos povos – educação, saúde, habitação, protecção social e uma política energética nacional. A guerra global cria sofrimento extremo e a crise migratória», acrescenta-se.

Delegações do CPPC e da JCP participam nos actos contra a NATO.

O Conselho Mundial da Paz apela à participação na manifestação, realçando que a luta contra a NATO é, hoje, ainda mais necessária, quando são evidentes os planos de alargamento à Suécia e à Finlândia e mais claros ainda os seus projectos expansionistas e a intenção de prolongar o conflito no Leste da Europa, à custa dos povos da Ucrânia e da Rússia, que durante 70 anos viveram juntos e em paz.

Já a Federação Mundial da Juventude Democrática faz um apelo à juventude do mundo «para que se mobilize pela paz e contra a NATO, pela sua dissolução e apoiando os direitos dos povos a lutar pela desvinculação dos seus países desta aliança imperialista». E conclui: «Devemos lutar para pôr fim às suas guerras imperialistas,à exploração e a qualquer tipo de opressão. Até construir o mundo que sonhamos e pelo qual temos lutado.»

Mas não é só ali que se combate a NATO e a sua política agressiva. No dia 19, em Compostela, realizou-se uma jornada contra a cimeira, promovida pela Plataforma Galega contra a NATO, que agrupa mais de 30 organizações políticas, sindicais, juvenis e sócio-culturais galegas. Na ocasião foi aprovado o manifesto Galiza contra a NATO.

Salários, não armas

No dia 20, em Bruxelas, convocados por centrais sindicais, dezenas de milhares de trabalhadores protestaram contra a subida do custo de vida. Relacionando a grave situação económica e social com a situação no Leste da Europa, entoaram palavras de ordem contra a NATO, condenando o seu envolvimento no conflito na Ucrânia. A capital belga, onde se encontra a sede da NATO, esteve paralisada durante horas.

Na Bélgica, a inflação atingiu nove por cento em Junho, a mais elevada taxa nas últimas quatro décadas. Com o crescente declínio do seu poder de compra, os trabalhadores reivindicam aumentos salariais e cortes nos impostos. Muitos deles, ligam as suas dificuldades económicas às sanções aplicadas pela União Europeia à Rússia e à corrida da NATO para armar a Ucrânia. Por isso, manifestantes em Bruxelas exigiram que os líderes do seu país «gastem dinheiro em salários e não em armas» e entoaram em coro consignas como «Stop NATO».




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