França volta às urnas no domingo
Os franceses voltam às urnas, no domingo, 19, para a decisiva segunda volta das eleições legislativas. Na primeira, no dia 12, a coligação Nupes, que reúne diversas forças, incluindo o PCF, teve um resultado equiparado à coligação Juntos!, que apoia Emmanuel Macron.
Forças que apoiam Macron recuaram nas legislativas
A aliança eleitoral Nova União Popular Ecologista e Social (Nupes), integrada por A França Insubmissa, Partido Comunista Francês, Europa Ecologia Os Verdes e Partido Socialista, obteve na primeira volta das legislativas francesas, 25,66% (cinco milhões, 836 mil, 116 votos).
A coligação Juntos!, encabeçada por A República em Marcha, do presidente Emmanuel Macron, e integrada também pelo Movimento Democrata, Horizontes e Agir, alcançou 25,75% (cinco milhões, 857 mil, 557 votos).
Em terceiro lugar ficou a União Nacional (extrema-direita), com 18,68% e, em quarto, Os Republicanos (direita), com 10,42%.
Se o sistema eleitoral para as eleições parlamentares em França não introduzisse a acrescida distorção que representa o sistema de círculos uninominais maioritários, esta seria, em termos gerais, a correlação de forças no novo parlamento francês. No entanto, devido a um sistema eleitoral que desrespeita a proporcionalidade, realizar-se-á uma nova votação no dia 19.
Nas eleições legislativas, para ser eleito na primeira ronda, um candidato num círculo uninominal deve alcançar mais de 50% dos votos expressos, representando pelo menos 25% dos eleitores inscritos. Na segunda ronda só podem concorrer os candidatos que tenham obtido os votos de, pelo menos, 12,5% dos eleitores recenseados em cada um dos círculos ou, na sua falta, os dois candidatos que estiverem em primeiro lugar.
A participação eleitoral foi a mais baixa desde 1958, estimando-se uma abstenção de 52,49%.
Na noite de domingo, o Secretário Nacional do Partido Comunista Francês, Fabien Roussel, considerou que os resultados «historicamente baixos» das forças que apoiam o presidente em exercício expressam a generalizada rejeição da política de Macron. E valorizou o facto de os candidatos da coligação Nupes partirem para a segunda volta à frente em vários círculos eleitorais.
No próximo domingo, realçou, serão centenas de candidatos da coligação – e, de entre eles, muitos comunistas – que disputarão a eleição com os candidatos que apoiam o presidente e a sua política neoliberal e da direita e extrema-direita. A sua vitória abrirá a possibilidade de construir uma «maioria nova», que eleve os salários e as pensões e controle os preços.
Ao longo da semana, os líderes das diferentes forças políticas têm apelado ao voto e procurado mobilizar os eleitores para a participação na decisiva segunda volta, em que serão escolhidos os 577 deputados da Assembleia Nacional.
A Nupes, presente na segunda volta em mais de 500 círculos eleitorais, apelou aos cidadãos que rejeitem os «projectos funestos» de Macron, impedindo no parlamento uma maioria absoluta das forças que apoiam o reeleito presidente da República.