Greve na CP por aumentos salariais de 90 euros para todos os trabalhadores
Os trabalhadores da CP – Comboios de Portugal vão estar em greve no dia 16 de Maio para exigir do Governo aumentos salariais de 90 euros e a fixação do salário de entrada na empresa em 850 euros.
Governo impõe menos direitos e mais polivalência de funções
A decisão foi tomada no plenário nacional descentralizado, realizado no dia 28 de Abril no Porto, Entroncamento e Lisboa, promovido pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário (SNTSF) e a Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans).
Após o dia 16 de Maio, o SNTSF e a Fectrans farão novamente uma ronda de plenários e contactos aos trabalhadores da empresa para decidir qual o próximo passo. Esta luta, pela continuação das negociações da revisão do acordo de empresa (AE) e do regulamento de carreiras (RC), tem também como objectivo a valorização das profissões e proceder à integração dos trabalhadores da ex-EMEF sem perda de direitos, nem redução de remunerações.
Com a greve, os trabalhadores da CP contestam o aumento salarial de 0,9 por cento apresentado pelo Governo, o que significaria, na prática, mais um ano sem aumento dos salários, com a agravante de acontecer num ano em que o custo de vida aumenta de forma galopante. «Queremos uma negociação justa e não “acordos” impostos aos trabalhadores», acentua o SNTSF, em comunicado de 2 de Maio.
As críticas ao Executivo PS estendem-se à obrigação de um RC que acrescenta mais funções e polivalência nas categorias profissionais e mantêm, na carreira comercial, categorias com as mesmas e/ou mais funções, para continuar a redução de trabalhadores na empresa.
Os trabalhadores das bilheteiras são ainda forçados a fazerem serviço nos comboios, e os assistentes comerciais a irem a concurso para passarem a operadores de venda e controlo. Paralelamente, reduz-se a remuneração e direitos dos trabalhadores oriundos da EMEF, nomeadamente o pagamento do trabalho extraordinário, maior tempo de progressão na carreira, retirada do direito de assistência à família, consulta médica, etc.