Neste Maio, a força do trabalho voltou às ruas de todo o mundo

Depois de dois anos de condicionamentos, devido à pandemia de COVID-19, o 1.º de Maio voltou às ruas de todo o mundo: de Cuba a Itália, da Venezuela a Moçambique, da França ao Brasil, os trabalhadores afirmaram as suas reivindicações e exigências.

Em muitos países, estas são as primeiras comemorações do 1.º de Maio em três anos

Damos conta, em seguida, de algumas dessas mobilizações, entre muitas, que marcaram a comemoração do Dia Internacional dos Trabalhadores.

Reino Unido: milhares de pessoas desfilaram em Londres e noutras cidades para celebrar o 1.º de Maio e protestar contra a subida dos preços. Na capital, o desfile partiu da biblioteca-memorial Karl Marx, percorreu ruas do centro ao som da Internacional e desembocou em Trafalgar Square.

França: protestando contra as políticas de direita de Macron, há dias reeleito presidente da República, milhares de pessoas manifestaram-se em Paris e noutras cidades francesas, denunciando a subida dos preços e exigindo aumentos salariais e «mudanças sociais e ambientais».

Itália: paz, segurança laboral, protecção dos salários e dos rendimentos foram exigências do 1.º de Maio em Itália. A Praça de São Francisco, na cidade de Assis, foi a sede do acto central convocado pelas centrais sindicais, sob o lema «Ao trabalho pela paz», com a participação de cerca de 300 mil pessoas.

Espanha: mais de meio milhão de pessoas participaram, em Madrid e outras cidades, nas comemorações do 1.º de Maio organizadas pelas Comissões Operárias e pela União Geral dos Trabalhadores. O lema das 70 manifestações foi «A solução: subir salários, conter preços, mais igualdade!». Os sindicatos destacaram conquistas recentes e exigiram mais direitos.

Cuba: milhões de cubanos reiteraram no 1.º de Maio o seu apoio ao modelo socialista de desenvolvimento, durante os participados desfiles populares no país, sob o lema «Cuba vive e trabalha». Em Havana, o desfile compacto até à Praça da Revolução, encabeçado por trabalhadores do sector da saúde e da ciência, prolongou-se por mais de hora e meia. Juntaram-se à manifestação mais de mil delegados de 60 países participantes no Encontro Internacional de Solidariedade com Cuba.

Venezuela: o compromisso do governo com o desenvolvimento dos trabalhadores foi ratificado pelo presidente Nicolás Maduro, ao anunciar acções visando mais bem-estar e qualidade de vida para esse sector. Em Caracas, anunciou a criação de um fundo nacional para impulsionar projectos laborais e cooperativistas e revelou que o país duplicará o crescimento económico no segundo semestre de 2022.

Brasil: de forma unitária, sete organizações sindicais organizaram o acto central do 1.º de Maio em São Paulo, que contou com a presença do ex-presidente Lula da Silva, candidato nas eleições presidenciais de Outubro deste ano.

Nicarágua: o presidente Daniel Ortega destacou a luta dos trabalhadores nicaraguenses, que eram ameaçados na época dos governos neoliberais, atitude que mudou com a chegada ao poder da Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN). Num acto no 1.º de Maio, lembrou que esses governos lançaram no desemprego milhares de pessoas e valorizou a constituição da Frente Nacional dos Trabalhadores (FNT), através da qual se defendeu o direito ao trabalho.

México: centenas de milhares de pessoas filiadas em diversos sindicatos, partidos e outras organizações encheram as ruas da Cidade do México para celebrar o Dia dos Trabalhadores. O presidente López Obrador esteve com os trabalhadores da refinaria de petróleo de Duas Bocas, em Tabasco.

Angola: o MPLA exortou a valorização do trabalho como condição indispensável para a conquista da estabilidade social, económica e financeira dos trabalhadores angolanos, garantindo que levará por diante políticas visando satisfazer as necessidades populares e apelando à melhoria da produtividade.

Moçambique: os trabalhadores moçambicanos reiteraram neste 1.º de Maio o compromisso de lutar pela erradicação da pobreza e pela produção de mais riqueza. Ao intervir no Xai-Xai, capital da província de Gaza, o secretário-geral da Organização dos Trabalhadores de Moçambique, Alexandre Munguambe, defendeu que a qualidade de vida só pode melhorar com o «trabalho árduo de todos os moçambicanos».

 



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